quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

FARMÁCIA HOSPITALAR - INFORMAÇÕES, PROCEDIMENTOS E CONCEITOS BÁSICOS EM FARMÁCIA

FARMÁCIA HOSPITALAR - INFORMAÇÕES,  PROCEDIMENTOS E CONCEITOS BÁSICOS EM FARMÁCIA




A - Conceitos

  1. Medicamento:  Substância química capaz de promover no organismo ação preventiva, curativa, paliativa ou diagnóstica.

  1. Medicamento Simples: É aquele que contém em sua fórmula um único sal.

  1. Medicamento Composto: É aquele que contém em sua fórmula dois ou mais sais.

  1. Princípio Ativo/Sal: Substância que irá exercer a ação terapêutica no organismo.

  1. Dose: Quantidade do medicamento que deverá ser aplicada ou tomada, por vez.

6.      Dosagem/Concentração: É a quantidade do princípio ativo no medicamento, ou seja, princípio ativo + excipiente/veículo.

7.      Excipiente/Veículo: Substância que não possui ação terapêutica e que tem por função dar forma e volume ao medicamento.

8.      Excipiente : Utlizado na forma farmacêutica sólida

9.      Veículo : Utilizado na forma farmacêutica líquida

10.  Forma Farmacêutica: São várias formas de industrialização do medicamento (comprido, pomada, xarope, etc)

11.  Reações Adversas: Efeitos indesejados causados pelo medicamento em uso.

12.  Efeitos Colaterais: Possíveis reações que poderão ocorrer durante o uso do medicamento, podendo ser benéfico ou maléfico.

13.  Uso Interno: Todo o medicamento que é engolido, ou seja, passa por todo o sistema digestivo.

14.  Uso Externo: Todo o medicamento que não é engolido.

15.  Ação Local: Região onde o medicamento fará efeito, sem cair na corrente sangüínea.

16.  Ação Sistêmica: O medicamento precisa cair na corrente sangüínea para fazer efeito.

17.  Apresentação: São as várias formas em que os medicamentos são embalados (envelope, ampola, blíster  etc)

18.  Medicamentos de Ação Rápida: São aqueles que após a sua administração apresentam efeitos rápidos.

Vias de Ação Rápida:
·         Sublingual – administração debaixo da língua.
·         Endovenosa – administração direto na veia.
·         Retal – administrados pelo reto (ânus).
·         Vaginal – administrado pelo canal vaginal.

Parenteral: É a administração do medicamento através dos injetáveis: Endovenosa, muscular, subcutânea e intradérmica.

B  - Significado das Siglas nos Medicamentos

CR: Liberação Controlada
D: Disperssível
DEPOT: Ação Prolongada
DI: Desagregação Instantânea
DL: Desagregação Lenta
DURILES: Desintegração Equilibrada 
L: Lenta
LP: Liberação Prolongada
M: Mista
N: Normal
U: Ultra Lenta
R: Regular
OROS: Sistema Oral de Liberação Osmótica
PLUS: Algo Mais ou Dosagem Mais Forte
Q.S.P: Quantidade Suficiente Para
REPETABS: Tablete Duplo de Repetição
RETARD: Ação Retardada
SPANDETS: Comprimido Especial de Liberação Controlada
SR: Liberação Lenta
TTS: Sistema Terapêutico Transdérmico

C - Abreviaturas mais encontradas nas prescrições

A/O: Ambos os Olhos ou Ouvidos
AMP: Ampola
CC: Centímetro Cúbico
CÁPS: Cápsulas
COMP: Comprimidos
DRG: Drágea
ENV: Envelope
EV/IV: Endovenosa/Intravenosa
FLAC: Flaconete
G/GR: Grama
MG.: Miligrama
GTS: Gotas
INJ: Injetável
H202: Água Oxigenada
ID: Intradérmica
IM: Intramuscular
KCL: Cloreto de Potássio
NACL: Cloreto de Sódio
KMN04: Permanganato de Potássio
O/D: Olho ou Ouvido Direito
O/E: Olho ou Ouvido Esquerdo
SC: Subcutânea
S/N: Se Necessário
ACM: A Critério do Médico
U.I: Unidade Internacional
V.O: Via Oral
V.R: Via Retal
V.V: Via Vaginal
USO INT: Uso Interno
USO EXT: Uso Externo

D – Orientações Básicas para o uso de Medicamentos

Sempre que avir uma receita, perguntar ao cliente se o médico o orientou. Caso não tenha recebido orientações, deverá presta-lhe, de forma segura, podendo solicitar o auxílio do Farmacêutico.

1 - Comprimido Simples

·         Tomar com bastante água
·         Tomar os antiinflamatórios de estômago cheio

2 - Comprimido Sublingual

·         Colocar o comprimido debaixo da língua
·         Não ingerir líquidos ou alimentos durante 10 minutos

3 - Comprimido Tamponado

·         Tomar o comprimido sem mastigar e com bastante água.

4 - Comprimido Mastigável

·         Não Engolir
·         Mastigar até que o mesmo se desintegre totalmente na boca.

5 - Comprimido Efervescente

·         Tomar dissolvido em um copo com água, esperando sua total dissolução. Nunca passar ou colocar para dissolver sobre a língua, uma vez que sua ação ácida pode provocar queimaduras de 1° grau na mucosa da boca.

6 - Antibióticos

·         Nunca tomar fazendo uso de bebida alcoólica.
·         Nunca tomar junto com anti-ácidos.
·         Tomar com o estômago vazio, porém com bastante água.
·         Obedecer diariamente os horários e n° de dias de tomada. O desrespeito do horário e do tempo de tomada poderá permitir o retorno da infecção com muito maior resistência.

7 - Drágea

·         Tomar com bastante água.
·         Nunca mastigá-las ou parti-las.
·         Lembre ao cliente que o princípio ativo não combina com suco gástrico, tendo de ser absorvido na mucosa intestinal.

8 - Cápsulas

·         Tomar com bastante água.
·         Nunca abrir os dois cilindros. São películas de gelatina; seu rompimento irrita o tubo digestivo, principalmente em sua parte superior.

9 - Comprimido/Creme Vaginal

·         Fazer higiene vaginal externa com água e sabão antes da aplicação.
·         Colocar no aplicador o comprimido ou creme.
·         Deitar em posição ginecológica (barriga para cima e pernas dobradas).
·         Afastar com uma das mãos os grandes e pequenos lábios.
·         Introduzir o aplicador até que o mesmo toque o fundo do canal vaginal
·         Empurrar o êmbolo.
·         Retirar o aplicador e permanecer na posição inicial por 3 minutos.
·         Lavar o aplicador e guardar na caixa, caso o mesmo não seja descartável.

10 - Óvulos

·         Mesmas instruções usadas para comprimidos ou cremes vaginais, usando a dedeira no dedo indicador direito após ter lavado as mãos. Caso o invólucro do óvulo volte após 3 minutos, tendo o mesmo se rompido, basta jogar fora, uma vez que o medicamento já foi desintegrado no canal vaginal.

11 - Supositório Infantil

·         Caso esteja mole ao aplicar, colocar na geladeira por 10 minutos.
·         Nunca cortar o supositório ao meio, por achar que o mesmo é grande.
Ele se molda no reto à medida que é introduzido.
·         Orientar para não fazer força ao evacuar.
·         Lavar as mãos.
·         Posicionar a criança de barriga para baixo.
·         Usar luvas para pegar o supositório.
·         Introduzir lentamente o supositório no reto, comprimindo as duas nádegas por 3 minutos.

12 - Cremes Contendo Em Sua Formulação Cortisona

·         Só usar em áreas superficiais.
·         Não utilizar caso a pele esteja lesada, ou seja, ferida, pois ela poderá abrir ainda mais o ferimento.

13 - Pomada

·         Só poderá ser aplicada em lesões limpas, sem pus ou infecção, devendo ser aplicada após remoção mecânica da secreção purulenta.

14 - Suspensão

·         Colocar até a marca indicada no vidro: águas filtradas, minerais sem gás ou água fervida fria.
·         Homogeneizar (misturar) até dissolver todo o pó.
·         Caso após a mistura o volume fique abaixo da marca, não adicione mais água.
·         Administrar conforme orientações médicas.
·         Guardar na parte baixa da geladeira (porta).
·         Lembrar que após a reconstituição do pó o prazo de validade passa a ser apenas de 14 dias, devendo ser inutilizado.

15 - Emplastro

·         Para ter efeito satisfatório, precisa ser trocado diariamente, pois sua ação dura apenas 24 horas.

16 - Vitaminas A,D,E e K

São chamadas de lipossolúveis. Para a sua perfeita absorção, necessitam ser tomadas após a ingestão de alguma substância gordurosa. Ex. Pão com manteiga, leite, queijo etc.

E - Horário padrão para administração de medicamentos

De 06 em 06 horas: 6 – 12 – 18 – 24h
De 08 em 08 horas: 6 – 14 – 22h ou 7 – 15 –23h
De 12 em 12 horas: 8 – 20h
Diuréticos: 10h

F - Receita Médica

·         Não aviar se não tiver certeza.
·         Procurar o farmacêutico para tirar dúvidas.
·         Confirmar com outro colega, sem mostrar o medicamento, qual é o produto prescrito. Tentar sempre atender a prescrição e em caso de falta, também ver a possibilidade de encomendá-lo ou remanejá-lo..
·         Ligar para o médico do cliente caso a dúvida não seja esclarecida.
·         Se receber a receita sem a dosagem do medicamento (concentração), não sendo possível certificar-se da mesma, confirmar com o médico.
·         Tentar sempre atender a prescrição e em caso de falta, também ver a possibilidade de encomendá-lo ou remanejá-lo.

G - Classes Terapêuticas

1 – Anestésicos
1.1. Anestésicos Gerais
1.1.1. Anestésicos Gerais de Inalação
1.1.2. Anestésicos Gerais Intravenosos
1.2. Fármacos Adjuvantes de Anestésicos Gerais
1.3. Anestésicos Locais
1.3. Anestésicos Locais
1.4. Bloqueadores Musculares Periféricos e Anticolinesterásicos
2 – Analgésicos e Medicamentos Antienxaqueca
2.1. Analgésicos Não Opióides
2.2. Analgésicos Opióides e Antagonistas
2.3 Medicamentos Antienxaqueca
3 – Antiinflamatórios e Antigotosos
3.1. Antiinflamatórios não Esteróides
3.2. Antiinflamatórios Esteróides
3.3. Antigotosos
4 – Antialérgicos e Medicamentos Usados Em Anafilaxia
5 – Antiinfecciosos
5.1 Antibacterianos
5.1.1. Penicilinas
5.1.2.Cefalosporinas
5.1.3. Carbapenens
5.1.4. Aminoglicosídios
5.1.5. Sulfas e Anti-Sépticos Urinários
5.1.6. Outros Antibacterianos
5.2. Antifúngicos Sistêmicos e Locais
5.3 Antiparasitários
5.3.1. Anti-Helmínticos
5.3.1. Anti-Helmínticos
5.3.2 Antiprotozoários
5.3.2.1.Antiamebianos, Antigiardíase E Tricomonicidas
5.5. Anti-Sépticos e Desinfetantes
6 – Medicamentos Utilizados no Manejo das Neoplasias
6.1 Antineoplásicos
6.1.1. Alquilantes
6.1.2. Antimetabólitos
6.1.3. Produtos Naturais
6.1.4. Antibióticos

6.1.5. Outros
6.2. Adjuvantes da Terapia Antineoplásica
7 – Imunomoduladores e Imunoterápicos
7.1. Imunomoduladores
8 – Medicamentos E Antídotos Usados Em Intoxicações Exógenas
8.1. Não Específicos
8.2. Específicos
9 – Nutrientes
9.1. Nutrição e Reposição Hidreletrolítica Oral
9.2. Nutrição e Reposição Hidreletrolítica Parenteral
9.3. Vitaminas e Minerais
10 – Medicamentos Que Atuam Sobre O Sistema Nervoso Central
10.1. Anticonvulsivantes
10.2. Antiparkinsonianos
10.3. Hipnóticos, Ansiolíticos e Medicamentos Para Tratamento de Transtornos Obsessivo-Compulsivos e de Pânico
10.4. Antipsicóticos
10.5. Antidepressivos e Antimaníacos
11 – Medicamentos que atuam sobre O Sistema Cardiovascular
11.1. Glicosídios Cardíacos
11.2. Antiarrítmicos
11.3. Antianginosos
11.4. Anti-Hipertensivos
11.4.1. Diuréticos
11.4.2. Bloqueadores Beta Adrenérgicos
11.4.3. Bloqueadores Alfa Adrenérgicos
11.4.4. Bloqueadores Adrenérgicos Centrais
11.4.5. Bloqueadores de Canais De Cálcio
11.4.6. Vasodilatadores Diretos
11.4.7. Antagonistas do Sistema Renina-Angiotensina
11.5. Diuréticos
11.6. Medicamentos Usados no Choque Vascular
12 – Medicamentos Que Atuam Sobre O Sistema Hematopoiético
12.1. Antianêmicos
12.2. Anticoagulantes E Antagonistas
12.3. Antiplaquetários
12.4. Trombolíticos
12.6. Hemoderivados E Substitutos Do Plasma
13 – Medicamentos Que Atuam Sobre O Sistema Digestivo
13.1. Antiulcerosos
13.1.1. Anti-Secretores
13.1.2. Antimicrobianos
13.2. Antiácidos
13.3. Antieméticos E Agentes Pró-Cinéticos
13.4. Antidiarréicos Sintomáticos, Antiespasmódicos e Correlatos
13.5. Laxativos
14 – Medicamentos que Atuam Sobre o Sistema Respiratório
14.1. Antiasmáticos
14.2. Antitussígenos e Fluidificantes
14.3. Agentes Tensoativos Pulmonares
15 – Medicamentos Que Atuam Sobre Os Sistemas Endócrino e Reprodutor E Produtos Farmacêuticos Correlatos
15.1. Hormônios Hipofisários e Correlatos
15.2. Hormônios Tiroidianos, Medicamentos Antitiroidianos e Adjuvantes
15.2. Hormônios Tiroidianos, Medicamentos Antitiroidianos e Adjuvantes
15.3. Insulinas e Outros Agentes Antidiabéticos
15.4 Hormônios Sexuais e Antagonistas
15.4.1. Estrogênios
15.4.2. Progestagênios
15.4.3. Androgênios
15.4.4. Antiestrogênios
15.7. Medicamentos que Atuam na Contratilidade Uterina
16 – Dermatológicos
16.1. Medicamentos Antiinfecciosos Tópicos
16.2. Medicamentos Antipruriginosos E Antiinflamatórios Tópicos
16.3. Agentes Ceratolíticos e Ceratoplásticos
16.4. Escabicidas e Pediculicidas
16.5. Protetores Dermatológicos
17 – Agentes Diagnósticos
17.1. Medicamentos Para Diagnóstico Oftalmológico
17.2. Meios De Contraste
17.3. Diagnóstico Imunológico
17.4. Outros Agentes Diagnósticos
18 – Preparações Oftálmicas
18.1. Agentes Antiinfecciosos
18.2. Agentes Antiinflamatórios
18.3. Anestésicos Locais
18.4. Medicamentos Mióticos e Antiglaucomatosos
18.5. Midriáticos
18.6. Substitutos da Lágrima
19 – Soluções Para Diálise
Obeservação : Ver formulário Terapêutico Nacional 2008 e Relação nacional de Medicamentos Essenciais de 2010

H - Interação Medicamentosa

Interação é uma reação química resultante da mistura entre dois ou mais medicamentos, formando uma terceira substância, com características indesejáveis ao organismo por causarem modificações na absorção, distribuição, biotransformação, excreção e até mesmo na ação de alguns fármacos, comprometendo a eficácia dos mesmos.
A Interação também se dá com a mistura de medicamentos e alimentos.

Tipos de Imunização:

 Existem dois tipos de imunidade: a ativa e a passiva. A imunidade ativa desenvolve-se quando o próprio organismo produz os anticorpos (vacina). A passiva não é uma imunidade definitiva e desenvolve-se quando o indivíduo recebe anticorpos já formados em outro organismo (soro).

I - Noções Básicas Sobre Injetáveis

Vias de aplicação de injetáves

Intradérmica (I.D) – Também chamada intracutânea ou cutânea, é utilizada para testes alérgicos e algumas vacinas. É aplicada na camada mais profunda da pele, chamada derme. Sua característica é a formação de uma bolinha (pápula na pele).

Local de aplicação: geralmente é feita na parte interna do antebraço, por ser de fácil acesso, pouco pigmentado e com poucos pelos.

Posição: geralmente sentado com o antebraço apoiado em suporte específico.

Quantidade: geralmente não ultrapassa 0,1ml. Quantidades superiores devem ser divididas em duas partes, ou mais aplicações.

Técnica de Aplicação

1-         Estique a pele e introduza a agulha em ângulo d5 a 15° com o bisel voltado para cima. Aproximadamente da agulha é introduzido. Puxe o êmbolo levemente para trás.
2-         Não refluindo sangue, injete o líquido delicadamente e observe a pele se distender, tomando o aspecto de uma bolha chamada pápula. Já que a injeção é feita de modo muito superficial (entre a derme e a epiderme).
3-         Terminada a aplicação, retire cuidadosamente a agulha. Não massageie o local. Esta injeção dispensa a anti-sepsia. A presença do álcool pode comprometer os resultados dos testes e o efeito das vacinas fabricadas com microorganismos vivos inativos. Se necessário, lave a área com água e sabão ou soro fisiológico, secando em seguida com algodão seco.
4-         Descarte adequadamente as seringas e o material usado.

-          Subcutânea: Feita no tecido subcutâneo, que fica entre a pele e o músculo, é usada para a aplicação de vacinas, insulinas, anticoagulantes e outros medicamentos que devam ser absorvidos lentamente. É um tipo de aplicação  geralmente indolor, feito com seringas específicas e agulhas curtas, chamadas agulhas de insulina. Volume máximo recomendado é de 1,5ml.

Locais de Aplicação: parte posterior dos braços, parte anterior e lateral externa das coxas e abdôme e nádegas.

Material necessário: algodão com álcool, seringa agulhada de vacina ou insulina.

Execução da Técnica: Após limpar o local da aplicação, faça uma prega na pele com o dedo indicador e polegar e, em seguida, introduza profunda e rapidamente a agulha, em ângulo reto (90°) para que a absorção se faça de forma eficaz através dos capilares existentes na camada profunda do tecido. Aspire, faça a aplicação  e retire a agulha com auxílio do algodão. Não massageie o local. Em pessoas magras, faça a aplicação com a seringa inclinada para evitar a aplicação no músculo e proceda conforme as orientações anteriores. Para as vacinas são utilizadas seringas específicas com escalas em décimo de ml.

Material necessário para a aplicação da insulina:
-          Algodão com álcool
-          Frasco de insulina U-100 tipo R, N ou L (trazida pelo cliente)
-          Seringa de insulina de 30,50 ou 100 unidades

-          Endovenosa (E.V.) ou Intravenosa (I.V.): é aplicada na veia e o efeito é imediato. Deve ser aplicada lentamente para se evitar mal estar, hipotensão, formigamento e ondas de calor, fenômenos de origem nervosa que acometem pessoas ansiosas. Com este cuidado, evita-se também a elevação do volume circulatório, prejudicial aos cardíacos. A injeção é geralmente indolor e deve ser aplicada somente por pessoa realmente habilitada, podendo causar sérios problemas se for mal aplicada.

Locais de Aplicação:
-          Veias do Braço
-          Veias do dorso da mão
-          Veia do Pé

Material Necessário:
-          Algodão Seco e embebido em álcool
-          Seringa de bico lateral e agulha 20x5,5 ou 25x7
-          Garrote


-          Intramuscular (I.M.): é feita no músculo, parte do corpo responsável pelos movimentos, rica em vaso sangüíneos que facilitam a absorção de grande número  de medicamentos. Possui também grande número de nervos que comandam a atividade muscular, sendo, por isso, muito importante que se identifique com exatidão as áreas apropriadas para a aplicação, afim de evitar possíveis complicações. Este é o tipo de injeção mais utilizado em farmácias. As injeções intramusculares devem ser sempre profundas, isto é, aplicadas com agulhas de tamanho apropriado e com ângulo reto (90°), salvo exceções, para favorecer a absorção e não haver retorno do medicamento para a camada subcutânea. Os medicamentos mais doloridos e irritantes são aplicados por esta via. 

Material Necessário:
Algodão com álcool a 70°
Seringas com 3,5 ou 10ml
Agulhas do tamanho apropriado:
-          Adultos magros – 25x7
-          Adultos com ossos bem desenvolvidos ou obesos– 30x7 ou 30x8
-          Crianças bem desenvolvidas – 25x7 ou 25x8
-          Crianças e adolescentes obesos – 30x7
-          Crianças muito pequenas – 20x5,55  (exceto para aplicação de suspensões de penicilina)

As agulhas com calibre 25x7 ou 30x7 são usadas para soluções aquosas. As de calibre 25x8 ou 30x8 são reservadas para soluções oleosas e para suspensões de penicilina, para facilitar a aplicação e não entupir a agulha.

Músculos Utilizados:
-          Braço ou região deltoideana (volume de líquido máximo de 3ml)
-          Nádega ou região dorsoglútea (volume de líquido no máximo de 5ml, se ultrapassar devem ser aplicados em dois locais diferentes)
-          Quadril ou região ventroglútea (volume de líquido no máximo de 5ml)
-          Coxa (volume de líquido no máximo de 4ml)

Técnica em Z ou trilha em Z - técnica ideal para evitar o refluxo do medicamento para a camada subcutânea, evitando o aparecimento de nódulos doloridos por reação inflamatória, principalmente no caso de aplicações feitas com soluções oleosas (como Perlutan) e à base de ferro como Noripurum, este podendo deixar manchas escuras na pele.
Pode ser usada em qualquer um dos locais descritos previamente sendo, entretanto, mais utilizada na região glútea.

1-      Após fazer a anti-sepsia da pele, puxe-a firmemente para o lado ou para baixo com a parte lateral da mão esquerda (se for canhoto faça com a mão oposta)
2-      Introduza a agulha. Sempre mantendo a pele puxada, segure a seringa com o polegar e o dedo indicador da mão esquerda.
3-      Puxe o êmbolo discretamente para trás e observe se há refluxo de sangue. Caso isso não ocorra, faça a aplicação.
4-      Aguarde aproximadamente 10 segundos antes de retirar a agulha e só então solte a pele.

Outra alternativa é usar a lateral da mão ao puxar a pele para o  lado ou para baixo. Nesse caso, os dedos indicador e polegar ficarão livres para segurar a seringa. Voltando a posição relaxada, a pele vedará a saída do líquido injetado para fora do músculo.

Formas de Apresentação da Medicação Injetável

-          Aquosa (ex. Voltaren)
-          Oleosa (ex. Perlutan)
-          Líquida com pó em suspensão (ex. Benzetacil)
-          Pó (ex. Despacilina e Tilatil)

Sala de Aplicação

Deve possuir área física bem iluminada, bem ventilada e deve conter:

-          Pia
-          Sabão líquido ou em barra
-          Papel Toalha
-          Álcool 70° ou álcool swabs
-          Algodão
-          Bancada para preparar as injeções
-          Lixeira
-          Cadeira
-          Garrote
-          Seringas e agulhas descartáveis

Cuidados Gerais na Administração de Injetáveis

Para maior segurança, tanto para o aplicador quanto para o cliente, peça a receita médica na hora de aplicar injeções. Observe os seguintes itens: nome e n° do CRM do médico, nome do cliente, data, nome do medicamento, dosagem, via de aplicação e concentração, se houver.

Termos Técnicos em Aplicações de Injeções

Anti-Sepsia – é a redução de germes e eliminação de partículas de sujeira da pele através do uso de anti-sépticos como álcool, água oxigenada e outros.

Contaminação – significa levar para um material, medicamento, ambiente ou organismo vivo partículas de sujeira, pó, micróbios etc.

Desinfecção – é o processo pelo qual reduzem-se os micróbios do ambiente e dos materiais através do uso da fervura ou soluções desinfetantes, como álcool e outras.

Esterilização – é um processo radical onde todos os germes presentes no material são eliminados, assim como qualquer partícula de sujeira. Tanto a medicação injetável quanto as seringas e agulhas são esterilizadas.

Germes ou Micróbios – estão presentes na pele, no ar, nos objetos e gotículas de saliva. Sem os devidos cuidados de higiene, eles podem ser introduzidos no organismo através da injeção, causando infecção em pessoas predispostas. São os chamados abscessos por contaminação, com presença de pus.

Infecção – é a penetração e proliferação de germes no organismo. As pessoas mais sensíveis são as crianças, idosos, portadores de câncer, aidéticos e pessoas muito estressadas.

A falta dos devidos cuidados higiênicos no preparo ou na aplicação da injeção pode causar infecção.

Descarte do Material Utilizado

·         Após a aplicação, descarte a seringa e a agulha em coletores feitos especialmente para este fim, de paredes rígidas.
·         Nunca jogue agulhas descobertas em sacos plásticos.
·         A agulha também não deve ser desconectada da seringa para evitar riscos de acidente com o aplicador.
·         Os protetores das agulhas não devem ser nelas recolocados.
·         Descarte materiais somente até o limite recomendado no DESCARTEX.
·         Para o descarte final do coletor, transporte o DESCARTEX fechado, segurando somente pela a alça e afastado do corpo.

Noções Básicas Sobre Portaria 344

3.1.1 – Notificação de Receita A

-          De cor amarela.
-          Confeccionada e fornecida pela autoridade sanitária.
-          Prescrição dos medicamentos à base das substâncias das listas:
A1, A2 e A3.
-          Válida em todo o território nacional desde que acompanhado de justificativa.
-          Deve ser preenchida de forma legível, sendo a quantidade dos medicamentos prescritos em algarismos arábicos  e por extenso.
-          A farmácia ou drogaria só pode aviar ou dispensar quando todos os itens da receita e da notificação de receita estiverem devidamente preenchidas e assinadas pelo profissional prescritor.
-          A notificação será retida na farmácia/drogaria e a receita devolvida ao paciente com carimbo (anexo 1 – modelo de carimbo).
-          Vale por 30 dias após a sua emissão.
-          Podem conter, no máximo, 5 (cinco) ampolas e para as demais formas farmacêuticas de  apresentação, a quantidade correspondente a 30 (trinta) dias de tratamento.
-          Pode ser prescrito acima das quantidades previstas, devendo o prescritor anexar justificativa indicando com CID da doença ou diagnóstico, posologia, data e assinatura.
-          No caso de formulações magistrais, as formas farmacêuticas deverão conter, no máximo, as concentrações que constam na literatura nacional internacional oficialmente reconhecidas.

O profissional prescritor, para receber o talonário, deve se dirigir à autoridade sanitária para o preenchimento da ficha cadastral, munido de carteira de identidade expedido pelo conselho profissional e comprovante de residência. O cadastramento pode ser feito por pessoa devidamente autorizada. Após o cadastramento, o profissional pode requerer o talonário.

No ato do recebimento do talonário, o profissional, ou portador, deve levar o carimbo que será aposto na presença da autoridade sanitária, em todas as folhas do talonário no campo “Identificador do Emitente”.

3.1.2 – Notificação de Receita B

Para Uso Humano e Uso Veterinário
-  De cor azul.
-  Impressa às expensas do profissional ou instituição.
- Prescrição dos medicamentos à base das substâncias das Listas B1 e B2.
- Válida apenas na unidade federativa que concedeu a numeração.
- Nos campos UF, NÚMERO, IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE, DADOS DA GRÁFICA, NÚMERO DA AUTORIZAÇÃO e a NUMERAÇÃO CONCEDIDA devem estar impressas.
- Pode haver prescrição acima das quantidades previstas, devendo-se para tanto o prescritor anexar justificativa indicando o CID da doença ou diagnóstico, posologia, data, assinatura e carimbo.
- Pode conter apenas uma substância ou medicamento que a contenha.
- Devem vir acompanhada da receita comum.
- A receita comum deve receber os carimbos (Anexo 1 - Modelo de Carimbo).
- A notificação fica retida na farmácia e a receita devolvida ao paciente.
- Antes de confeccionar esta Notificação de Receita, deve o interessado solicitar à Autoridade Sanitária autorização e numeração (intervalo numérico) para confecção do talonário.
- O rodapé da notificação deve conter os dados da gráfica (razão social, CGC e endereço), o intervalo numérico concedido pela Vigilância Sanitária local e o número da autorização.
- Válida por 30 dias após sua emissão.
- Cada  notificação pode conter, no máximo, 05 ampolas ou o suficiente para 60 dias de tratamento nas demais formas farmacêuticas (comprimidos, solução e xaropes orais etc).
- É proibido fórmulas contendo associações medicamentosas das substâncias anorexígenas entre si ou com ansiolíticos, diuréticos, hormônios ou extratos hormonais e laxantes, bem como quaisquer outras substâncias medicamentosas.
- É proibido associações medicamentosas de substâncias ansiolíticas associadas a substâncias simpaticolíticas ou parasimpaticolíticas.

3.2.1- Receita Controle Especial

- Válida em todo o território nacional por trinta dias após a sua emissão.
- Deve ser preenchida em duas vias.
- Destina-se aos medicamentos à base das substâncias das Listas C1 e C5.
- Deve ser preenchida de forma legível, sem rasuras ou emendas, a quantidade em algarismos arábicos e por extenso.
- Só pode ser dispensada ou aviada quando todos os itens estiverem devidamente preenchidos.
- Em 72 horas, as farmácias ou drogarias devem apresentar as receitas de controle especial provenientes de outras Unidades Federativas à Autoridade Sanitária.
- A 2ª via deve ser devolvida ao paciente contendo carimbo do estabelecimento atestando o aviamento/dispensação.
- Os medicamentos das listas C4 (antiretrovirais) devem ser dispensados no âmbito do SUS por formulário próprio fornecido pelo Programa DST/AIDS ou na Receita de Controle Especial quando para aquisição em farmácia ou drogaria.
- Os antiretrovirais só podem ser prescritos por profissionais médicos.
- Cirurgiões dentistas e veterinários só podem prescrever para uso odontológico e veterinário, respectivamente.
- Cada receita poderá conter até 03 (três) substâncias ou medicamento das Listas C1 e C5.
- De cada uma das substâncias ou medicamentos poderão ser prescrito até 05 (cinco) ampolas ou o suficiente para 60 (sessenta) dias de tratamento, quando em outra forma farmacêutica.
- Para os antiretrovirais podem conter, cada receita, até 05 (cinco) medicamentos.
- antiparkinsonianos e anticonvulsivantes podem ser prescritos para até 06 meses de tratamento.
- Acima das quantidades previstas, o prescritor deve anexar justificativa com CID ou diagnóstico, posologia, datando e assinando as duas vias.

Procedimento do Balconista

É de responsabilidade do balconista:

-          Abordagem do cliente no meio da loja.
-          Prestar um bom atendimento a todos os clientes.
-          As expressões: senhor (a), bom dia, como vai, até logo, muito obrigado, posso lhe ajudar, estamos às suas ordens, devem fazer parte constante do vocabulário.
-          Para evitar vendas erradas, toda a receita deverá ser lida por dois balconistas, mesmo que a receita esteja legível. Em caso de dúvida, consultar o FARMACÊUTICO. Persistindo a dúvida, ligar para o médico.
-          Anotar as faltas e encomendas de produtos.
-          Não é permitida a aplicação de injeções sem a apresentação da receita. Antes da aplicação, o balconista deverá apresentar o medicamento e a receita para o FARMACÊUTICO confirmar.
-          Retirada dos produtos a vencer, com 90 dias de antecedência (a critério da loja).
-          Auxiliar na limpeza e organização da filial, principalmente prateleiras, gôndolas e sala de aplicação.


FEIFAR - Cuidados gerais com os medicamentos



FEIFAR - A Função Farmacêutica




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