quinta-feira, 6 de março de 2014

ACREDITAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE PROCESSOS EM FARMÁCIA HOSPITALAR

ACREDITAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE PROCESSOS EM FARMÁCIA HOSPITALAR



CERTIFICAÇÃO: É o processo ou ação pelo qual uma organização autorizada avalia e certifica que um indivíduo, instituição ou programa atende a exigências propostas.

ACREDITAÇÃO: processo de avaliação dos estabelecimentos de saúde voluntário, periódico e reservado que tende a garantir a qualidade da assistência integral, por meio de padrões previamente aceitos.

FARMÁCIA HOSPITALAR: Unidade clínica, administrativa e econômica, dirigida por profissional farmacêutico, ligada à direção clínica do hospital, integrada com as demais unidades de assistência ao paciente.

Processo: conjunto de atividades inter-relacionadas que se caracteriza por requerer certos insumos e tarefas particulares, implicando em um valor agregado para obter resultados.

OBJETIVO:

Promover a segurança do paciente;
Focar na gestão;
Preocupação com ambiente seguro;
Ter ferramenta de qualidade;
Padrões concretizáveis

PROCESSOS:

1) SELEÇÃO DE MEDICAMENTOS:

Ø  Atuação da Comissão de Farmácia e Terapêutica: objetivos, metas e ata de todas as reuniões;
Ø  Lista atualizada de medicamentos padronizados;
Ø  Monitoramento de medicamentos não-padronizados.
Ø  Monitoramento do uso racional de medicamentos.

2) PROGRAMAÇÃO:

Ø  Compatibilização com os recursos financeiros disponíveis;
Ø   Cadastro de produtos atualizado;
Ø   Sistemática de monitoramento das entregas;
Ø   Gerenciamento de contratos de serviços.


3) AQUISIÇÃO DE PRODUTOS:

Ø  Critérios pré-estabelecidos para a seleção, qualificação e contratação de fornecedores;
Ø  Cadastro de fornecedores atualizado;
Ø   Descrição dos processos de compra (elaboração do pedido, preços, editais e autorização);
Ø   Disponibilidade imediata de antídotos;
Ø   Catálogo de especificação técnica;
Ø   Funcionamento de unidade abastecedora 24hs por dia.

4) ARMAZENAMENTO:

Ø  Local adequado;
Ø   Boas práticas de armazenamento;
Ø   Cuidado com produtos inflamáveis, com os medicamentos citostáticos, refrigerados ou de controle especial.
Ø   Descritivo dos processos de recebimento, estocagem, distribuição, transporte interno e limpeza;
Ø   Dimensão do estoque;
Ø   Processo de controle de sanitização e desinfestação.

5) DISTRIBUIÇÃO:

Ø  Atendimento à legislação;
Ø  Rotina de abastecimento das unidades móveis de transporte de pacientes críticos;
Ø  Monitoramento de itens em falta;
Ø  Garantia de fornecimento imediato em casos de emergência;
Ø  Identificação do paciente e conferência da dose.

6) UTILIZAÇÃO:

DISPENSAÇÃO

Ø   Avaliação da prescrição médica analisando dose, posologia, interações, alergia;
Ø   Monitoramento de antimicrobianos;
Ø   Orientação ao paciente de como usar o medicamento, qual o melhor horário para tomá-lo e de como armazenar.

MANIPULAÇÃO

Ø  Requisitos estruturais da área física;
Ø  Qualificação de fornecedores de insumo (equipamentos e produtos);
Ø  Procedimentos de limpeza, desinfecção e esterilização;
Ø  Manutenção e calibração dos aparelhos;
Ø  Capacitação/Treinamento dos manipuladores;
Ø  Gerenciamento de resíduos;
Ø  Registros para rastreabilidade dos processos.

CITOSTÁTICOS

v - Avaliar prescrição antes de manipular;
v - Cuidados de transporte e entrega;
v - Monitoramento do paciente e registros.
v - Uso de equipamentos de proteção;
v - Controle de exposição dos profissionais;
v - Condutas definidas em casos de acidentes;
v - Participação e atuação da Equipe Multidisciplinar em Terapia Antineoplásica.

NUTRIÇÃO PARENTERAL

v - Avaliar prescrição antes de manipular;
v - Cuidados de transporte e entrega;
v - Monitoramento do paciente e registros.
v - Inspeções no processo;
v - Confirmar compatibilidade e estabilidade;
v - Participação e atuação da Equipe Multidisciplinar em Terapia nutricional;

7) SISTEMAS DE INFORMAÇÃO:

Ø  Plano de contingência para atendimentos;
Ø   Política que preserve a confidencialidade;
Ø   Painel de indicadores como instrumento de melhoria;
Ø   Automação;
Ø   Padronização de dados (abreviações e siglas).

8) RECURSOS HUMANOS:

Ø  Descrição de cargos;
Ø   Procedimentos de recrutamento e seleção;
Ø   Treinamento/Capacitação;
Ø   Registro de responsabilidades e competência de cada cargo;
Ø   Avaliação de desempenho.

9) ENSINO E PESQUISA:

Ø  Atendimento à Legislação;
Ø   Farmacovigilância das drogas em teste;
Ø   Plano de educação e capacitação;
Ø   Capacitação para pesquisa clínica.

10) GERENCIAMENTO DE RISCOS:

Ø  Monitoramento de reações adversas a medicamentos;
Ø   Gerenciamento de substâncias (ex: citostáticos) e resíduos tóxicos;
Ø   Instruções e treinamento de segurança do trabalhador, mapas de risco;
Ø   Garantia de não utilização de produtos com desvio de qualidade.

ESTRATÉGIAS PARA A MUDANÇA:

Adequar-se à Legislação Sanitária vigente;
 Atendimento aos padrões mínimos;
 Demonstrativo financeiro de Vantagens;
 Segurança do paciente.

BENEFÍCIOS:

Maior qualidade dos processos;
 Credibilidade populacional;
 Trabalho seguro e eficiente;
 Gerenciamento por indicadores;
 Maior segurança ao paciente.

RELATÓRIO DE PRÁTICAS DE GESTÃO EM FARMÁCIA HOSPITALAR

A Certificação é realizada para garantir que a Farmácia hospitalar atenda os requisitos para obter uma melhor qualidade em sua função dentro do hospital.

É obtida através de processos que vão desde a compra dos medicamentos, validação dos fornecedores até a dispensação dos mesmos aos pacientes externos ou internos. Esses processos serão fiscalizados pelos órgãos específicos para a obtenção do certificado.

Com os processos, a farmácia hospitalar organiza melhor seu estoque evitando que falte medicamentos, há controle do descarte de medicamentos vencidos, consegue dar maior atenção farmacêutica aos pacientes, controle de gasto, além de promover maior confiabilidade ao hospital.

A farmácia hospitalar se inter-relaciona com os departamentos de compra, setor financeiro, fornecedores, além de lidar diretamente com os enfermeiros e médicos.

Todos precisam se comprometer para obter a excelência dos resultados que será muito positivo para o hospital em geral.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICA

[MS] Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Manual brasileiro de acreditação hospitalar. 3a ed. Brasília; 2001.

[ONA] Organização Nacional de Acreditação. Conheça a ONA/histórico. Organizações hospitalares acreditadas

OPAS] Organização Pan-Americana da Saúde. Manual de acreditação de hospitais para América-Latina e Caribe [Anexo]. In: Gilmore CM, Novaes H de M. Gerência de Qualidade. Washington DC: OPAS; 1997. Série HSPUNI/Manuais Operacionais ALTEX, v.3, n.9).

Quinto Neto A, Gastal FL. Acreditação hospitalar: proteção dos usuários,dos profissionais e das organizações de saúde. Porto Alegre: Dacasa; 1997.

Schiesari LMC. Cenário da acreditação hospitalar no Brasil: evolução histórica e referências externas. São Paulo; 1999. [Dissertação de Mestrado – Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo].


Temporão JG, Garcia Rosa ML, Maglutta C, Berenger M. O consórcio brasileiro de acreditação de sistemas e serviços de saúde (CBA): origens e experiência atual. Ensaio: Aval Pol Públ Educ 2000; 9: 73-96.

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