domingo, 29 de junho de 2014

DOENÇAS INFECIOSAS - FEBRE HEMORRÁGICA ÉBOLA (FHE)

DOENÇAS INFECIOSAS - FEBRE HEMORRÁGICA ÉBOLA (FHE)


A febre hemorrágica Ébola (FHE) é uma doença infecciosa grave muito rara, frequentemente fatal, causada pelo vírus Ébola. Ao contrário dos relatos é apenas moderadamente contagioso.

Ele foi identificado pela primeira vez em 1976 no antigo Zaire (atual República Democrática do Congo), perto do rio Ébola, e acabou servindo de nome para o vírus.

Se contraído, o Ébola é uma das doenças mais mortais que existem. É um vírus altamente infeccioso que pode matar mais de 90% das pessoas que o contraem, causando pânico nas populações infectadas.

A organização humanitária internacional Médicos Sem Fronteiras (MSF) tratou centenas de pessoas com a doença e ajudou a conter inúmeras epidemias ameaçadoras.

Morcegos frutívoros são considerados os hospedeiros naturais do vírus Ébola. A taxa de fatalidade do vírus varia entre 25 e 90%, dependendo da cepa.

Estima-se que, até janeiro de 2013, mais de 1.800 casos de Ebola tenham sido diagnosticados e quase 1.300 mortes registradas.

Agentes de saúde frequentemente são infectados enquanto tratam pacientes com Ébola. Isso pode ocorrer devido ao contato sem o uso de luvas, máscaras ou óculos de proteção apropriados.

Em algumas áreas da África, a infecção foi documentada por meio do contato com chimpanzés, gorilas, morcegos frutívoros, macacos, antílopes selvagens e porcos-espinhos contaminados encontrados mortos ou doentes na floresta tropical.
 HISTÓRIA
O Ébola foi primeiramente descoberto em 1976 por uma equipe comandada por Guido van Der Groen, chefe do laboratório de Microbiologia do Instituto de Medicina Tropical de Antuérpia, na Bélgica.
Desde a sua descoberta, diferentes estirpes do Ebola causaram epidemias com 50 a 90% de mortalidade na República Democrática do Congo, Gabão, Uganda e Sudão.
A segunda epidemia ocorreu em 1979, quando 80% das vítimas morreram. Em maio de 1995, a cidade de Mesengo, a cento e cinquenta quilômetros de Kikwit, no Zaire, foi atingida pelo vírus, que matou mais de cem pessoas.
Há suspeitas de casos no Congo e no Sudão. O primeiro desse tipo de vírus apareceu em1967, foi o Marburg, a partir de células dos rins de macacos verdes de Uganda.
O VIRUS
O ebolavirus é um filovírus (o outro membro desta família é o vírus Marburg), com forma filamentosa, com 14 micrômetros de comprimento e 80 nanômetros de diâmetro. O seu genoma é de RNA fita simples de sentido negativo (é complementar à fita codificante). O genoma é protegido por capsídeo, é envelopado e codifica sete proteínas.
Há três tipos: Ebola–Zaire (EBO–Z), Ebola–Sudão (EBO–S) com mortalidades de 83% e 54% respectivamente.
A estirpe Ebola–Reston foi descoberta em 1989 em macacos Macaca fascicularis importados das Filipinas para os Estados Unidos tendo infectado alguns tratadores por via respiratória.
O período de incubação do vírus ebola dura de 5 a 7 dias se a transmissão for parenteral e de 6 a 12 dias se a transmissão foi de pessoa a pessoa.
O início dos sintomas é súbito com febre alta, calafrios, dor de cabeça, anorexia, náusea, dor abdominal, dor de garganta e prostração profunda. Em alguns casos, entre o quinto e o sétimo dia de doença, aparece exantema de tronco, anunciando manifestações hemorrágicas: conjuntivite hemorrágica, úlceras sangrentas em lábios e boca, sangramento gengival, hematemese (vômito com presença de sangue) e melena (hemorragia intestinal, em que as fezes apresentam sangue).
Nas epidemias observadas, todos os casos com forma hemorrágica evoluíram para morte. Nos períodos epidêmicos e de surtos, a taxa de letalidade variou de 50 a 90%. Seu contágio pode ser por via respiratória, ou contato com fluidos corporais de uma pessoa infectada.
O vírus é denominado pelo nome de um rio na República Democrática do Congo (antigo Zaire), o Rio Ebola, onde tem havido vários casos. Nunca houve casos humanos fora de África, mas já houve casos em macacos importados nos Estados Unidos e Itália. Os casos identificados desde 1976 são apenas 1500, dos quais cerca de mil resultaram em morte. Não foi ainda identificado o reservatório animal do vírus.
EPIDEMIOLOGIA
O Ébola, como os outros vírus, adere à célula do hospedeiro, onde entra ou apenas injeta seu material genético, o genoma. Este usa a estrutura da célula para se reproduzir e cada nova cópia do genoma obriga a célula a fazer o invólucro de proteína. Os novos vírus deixam a célula do hospedeiro com capacidade de infectar outras células.
Até há alguns anos o pessoal médico era aconselhado, mais por ignorância e cautela do que por ciência, a usar equipamentos especiais de proteção (como tendas de vácuo) quando lidava com doentes de ebola. No entanto, hoje se sabe que o vírus Ébola não é realmente altamente contagioso, ao contrário do que diz muita ficção em circulação no ocidente.
Ele é transmitido apenas pelo contato direto, e as populações afetadas são infectadas em alto número devido à cultura de grande parte das aldeias africanas, onde é usual a família lavar o corpo dos mortos manualmente antes do enterro.
Já se tem pesquisas feitas de que o Ébola pode ser transmitido pelo ar de porco para porco ou de porco para o ser humano (uma nova variação do vírus), mas o vírus só é contagioso de humano para humano pelo contato direto com secreções e sangue.
Hoje o pessoal médico é aconselhado apenas a usar luvas de látex e filtro respiratório.
Devido a isso é praticamente impossível haver uma epidemia em larga escala de Ébola nos países ocidentais, pois a higiene bloquearia qualquer expansão de casos. No entanto, o risco para o pessoal médico e laboratorial é considerável, se não forem tomadas regras de higiene.
A infecção pelo vírus Ébola produz febre hemorrágica. A incubação pode durar de 2 a 21 dias.
O vírus multiplica-se nas células do fígado, baço, pulmão e tecido linfático onde causa danos significativos. A hemólise (destruição) das células endoteliais dos vasos sanguíneos leva às tromboses e depois a hemorragias.
PROPAGAÇÃO E SINTOMAS
Os primeiros sintomas são inespecíficos como febre alta, dores de cabeça, falta de apetite, e conjuntivite (inflamação da mucosa do olho).
Alguns dias mais tarde surgem diarreia, náuseas e vômitos (por vezes com sangue), seguidos de sintomas de insuficiência hepática, renal e distúrbios cerebrais com alterações do comportamento devido à coagulação intravascular disseminada com enfartes nos órgãos.
O estágio final é devido ao esgotamento dos fatores sanguíneos da coagulação, resultando em hemorragias extensas internas, edema generalizado e morte por choque hemorrágico.
As fezes são geralmente pretas devido às hemorragias gastrointestinais e poderá haver ou não sangramento do nariz, ânus, boca e olhos.
Dependendo da sua estirpe, há casos de hemorragias na derme, ocasionando o sangramento pelos poros do corpo. A morte surge de 1 dia a duas semanas após o inicio dos sintomas.
A taxa de mortalidade da doença e o tempo para o falecimento de uma pessoa, depende da estirpe do vírus e do estado de saúde das populações afetadas.
Em geral, o Ébola mata suas vítimas em poucos dias, podendo levar até 9 dias, e a mortalidade pode variar de 50% a 90%.
DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO
Diagnosticar o Ebola é difícil porque os primeiros sintomas, como olhos avermelhados e erupções cutâneas, são comuns.

Infecções por Ebola só podem ser diagnosticadas definitivamente em laboratório, após a realização de cinco diferentes testes.

Esses testes são de grande risco biológico e devem ser conduzidos sob condições de máxima contenção. O número de transmissões de humano para humano ocorreu devido à falta de vestimentas de proteção.
O diagnóstico é feito pela observação direta do vírus com microscópio eletrônico em amostra sanguínea ou por detecção com imunofluorescência de antigênios.
Não há vacina, cura, nem tratamentos eficazes. Os doentes devem ser postos em quarentena e os familiares devem ser impedidos de ter qualquer forma de contato com o doente, ou mesmo de tocar o corpo após o falecimento.
Devem ser administrados cuidados básicos de suporte vital como restabelecimento de eletrólitos e fluidos perdidos, além de possíveis tratamentos paliativos.
PREVENÇÃO
Para que a doença não se torne uma epidemia, é necessário que os pacientes suspeitos sejam isolados, e os funcionários do hospital serem informados da doença e de sua transmissão, para que tenham o máximo de cuidado com aparelhos que entram em contato com fluidos corporais dos doentes e com o lixo hospitalar.
Os funcionários devem usar luvas, vestimentas e máscaras individuais. Os pacientes mortos devem ser imediatamente enterrados ou cremados

OBSERVAÇÃO

EM 2012 estudo realizado em parceria entre o governo americano e diversas instituições de pesquisa desenvolveu um "coquetel" de anticorpos que evita a contaminação de macacos pelo vírus ebola.

Os resultados da pesquisa foram publicados na edição online do periódico Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). O vírus ebola é o causador da febre hemorrágica, doença que atinge taxa de letalidade de 90% e para a qual ainda não existem vacinas ou tratamentos aprovados para uso em humanos.
A equipe de pesquisadores utilizou anticorpos monoclonais, ou seja, células clonadas do sistema imunológico, que são consideradas mais eficientes por serem sempre iguais entre si.
Esses anticorpos foram administrados nos macacos rhesus uma hora após a infecção pelo vírus ebola e todos os animais sobreviveram. Quando o tratamento, denominado MB-003, foi aplicado nos macacos 48 horas após a infecção, dois terços sobreviveram.
"Até pouco tempo atrás, as tentativas de utilizar anticorpos para promover proteção ao vírus ebola falharam. O nível de proteção contra a doença que nós obtivemos com o MB-003 foi impressionante", afirmou Gene Olinger, virologista do Instituto de Pesquisa Médica de Doenças Infecciosas do Exército Americano (USAMRIID) e participante da pesquisa.
Os anticorpos monoclonais utilizados nesse estudo são desenvolvidos através de um sistema que utiliza as plantas do tabaco como base de produção. Esse processo permite a redução de custos e aumento da quantidade de anticorpos obtida. “
Nós também estamos positivamente surpresos pela superioridade dos anticorpos derivados de plantas em comparação aos mesmos anticorpos produzidos por meio da tradicional cultura de células de mamíferos", disse Larry Zeitlin, presidente da Mapp Biopharmaceutical e autor-sênior do estudo.
CONHEÇA A PESQUISA





Onde foi divulgada: periódico Proceedings of the National Academy of Sciences

Quem fez: Gene Garrard Olinger, Jr., James Pettitt, Do Kim, Cara Working, Ognian Bohorov, Barry Bratcher, Ernie Hiatt, Steven D. Hume




Instituição: Instituto de Pesquisa Médica de Doenças Infecciosas do Exército Americano (USAMRIID)

Resultado: A equipe de pesquisadores administrou anticorpos monoclonais nos macacos rhesus uma hora após a infecção pelo vírus ebola e todos os animais sobreviveram. Quando o tratamento foi aplicado nos macacos 48 horas após a infecção, dois terços sobreviveram.

REFERÊNCIAS

1 - INFO ESCOLA – DOENÇAS - http://www.infoescola.com/doencas/ebola/
2 - INFOPÉDIA ENCICLOPÉDIA E DICIONÁRIO PORTO EDITORA - http://www.infopedia.pt/$ebola;jsessionid=C0KzG-Bo1HD2qlcTW6krVA__
3 - MEDICOS SEM FRONTEIRA - http://www.msf.org.br/conteudo/74/ebola/?gclid=CMu_g_iAoL8CFdBi7AodKXMAxA
4 - WIKIPÉDIA A ENCICLOPÉDIA LIVRE


http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89bola

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