terça-feira, 28 de janeiro de 2014

BACTERIOSES - TETANO

BACTERIOSES - TETANO


Doença infecciosa de transmissão indireta, causada pela toxina do bacilo tetânico que se prolifera no local do ferimento. Caracteriza-se por espasmos musculares e contraturas.

Apesar de sua incidência ter diminuído no Brasil, o tétano ainda constitui grave problema de Saúde Pública, principalmente no Norte e Nordeste.

Agente infeccioso: Clostridium tetani ou bacilo do tétano;

Fonte de infecção: O solo contaminado com esporos do bacilo constitui a principal fonte. Podem ser encontrados, também, em poeira, roupas, seringas e instrumentos não esterilizados.

Reservatório de incubação: A incubação varia de quatro a vinte e um dias. Quanto menor o período de incubação, pior o diagnóstico;

Período de transmissibilidade: Não existe transmissão inter-humana.

Modo de transmissão: Dois modos de transmissão são consideráveis:

A – Neonatal: contaminação do coto umbilical pelo bacilo, através de substâncias infectantes utilizadas para curar a ferida umbilical, como fumo e fezes de animais;

B – Acidental: contaminação de ferimentos ( mesmo que a ferida seja insignificante ) pelo bacilo do tétano.

Suscetibilidade: Universal, embora a incidência seja baixa em países industrializados.

Afeta toda as idades. Alguns fatores climáticos como umidade e temperatura interferem na Incidência da doença.

Quadro clínico: Clinicamente, o tétano acidental caracteriza-se por contraturas musculares dolorosas dos masseteres com trismo e riso sardônica, rigidez de nuca, provocando dificuldade na deglutição, podendo chegar ao opistótono.

Com o progresso da doença, a rigidez muscular pode atingir os músculos reto-abdominais, causando o  “abdome em tábua “ e possível insuficiência respiratória.

Contraturas frequentes podem ser desencadeadas por estímulos luminosos, barulhos ou pela manipulação do doente. No tétano neonal, o primeiro sinal é quando a criança deixa de mamar por ter dificuldade de sugar. Aparecem o trismo, riso sardônico, pernas muito esticadas e braços dobrados junto ao peito, mãos fechadas e difíceis de abrir. Com fraturas musculares que levam ao opistotono.

Tratamento: O tratamento é obrigatoriamente hospitalar. Enfermaria escura e livre de barulhos. Antibiocoterapia, imunoterapia com soro antitet6anico, sedativos e miorrelaxantes. Deve-se fazer a imunização com toxóide antes da alta, pois a doença não confere imunidade.

Profilaxia:

A – Imunização: além do esquema usado para a DPT ( tríplice ), imunizando crianças de 0 a 4 anos, aconselha-se o uso de TT ( toxóide tetânico ) nos seguintes grupos:

v  gestantes ( prevenção do tétano neonatal )
v  grupos profissionais de maior risco;
v  atendimentos a ferimentos;
v  reforço a cada 10 anos;

B – A prevenção do tétano acidental é feita em três doses, uma a cada 30 ou 60 dias por via intramuscular. Indica a quem não tenha imunização.

v  isolamento acústico ( livre de barulhos e estímulos luminosos )
v  aspiração frequente ( em caso de muita secreção, avisar o médico).
v  Alimentação fracionada por via oral ou sonda nasogástrica.

Distribuição Geográfica: A doença é cosmopolita e ainda constitui u sério problema no Brasil e em toda América do Sul. Mais de 11.000 indivíduos morrem anualmente de tétano em nosso país. Mas felizmente, com a imunização em massa, o índice de mortalidade tem caído grandemente.

Outros cuidados de enfermagem

v  manter o paciente limpo e seco. Se necessário, passar  “juntex “;
v  controlar balanço hidro-eletrolítico;
v  sacrificar limpeza do paciente, se necessário;
v  incrementar prescrição de enfermagem e médica;
v  manter o paciente imobilizado no leito.

FONTE

MINISTÉRIO DA SAÚDE, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica, DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. GUIA DE BOLSO, 6ª edição revista Série B. Textos Básicos de Saúde, brasília / DF, 2006

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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REY, L. Parasitologia. 3 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001.
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Bibliografia Complementar

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LEVENTHAL, R.; CHEADLE, R. Parasitologia Médica: Texto e Atlas. 4 ed. São Paulo: Editora Premier, 1997.
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ZAMAN, V. Atlas Color de Parasitologia Clínica. 2 ed. Buenos Aires: Panamericana, 1988.

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