sexta-feira, 7 de março de 2014

ANTI-INFECTANTES ANTIBACTERIANOS - PENICILINAS

ANTI-INFECTANTES
ANTIBACTERIANOS - PENICILINAS


PENICILINAS



Os antimicrobianos são geralmente bactericida interferindo na síntese da parede celular, porque os receptores de ligação enzimática do lado de fora da membrana bacteriana polímeros condutores transpeptidação mureína. O resultado é bactericida devido à inactivação de um inibidor das enzimas autoliticas da parede bacteriana (autolisinas) o que leva à lise celular. 



As enzimas são autolisinas finamente regulado em condições normais de crescimento envolvidos na renovação da parede celular (volume da parede celular).



Enzimáticas receptores são chamados de proteínas de ligação à penicilina (PBP Penicilina Proteínas de Ligação) e são carboxipeptidases e endopeptidases transpetidase, envolvidos na fase final da formação da parede celular: a transpeptidação entre cadeias de glicopéptideo, resultando na formação de ligações peptídicas entre cadeias adjacentes de mureína. As proteínas PBP também tem a tarefa de reorganizar a parede durante o crescimento e divisão celular.


As penicilinas podem ser ligados a um ou mais destes PBP, que atuam como substratos análogos transpeptidação normal. Isto resulta numa inativação irreversível da forma PBP porque penicilinas comportam como agentes que atuam sobre o sítio ativo das enzimas de acilação.

Este tipo de agente antimicrobiano actua apenas sobre os microrganismos que crescem. Se o crescimento dos microorganismos por adição de um bacteriostático ou por omissão da penicilinas exercício nutriente nenhum efeito seja impedido.

Todas as penicilinas têm essencialmente a estrutura do ácido 6-aminopenicilânico com um anel de tiazolina, com um grupo amino livre ligado a um anel de beta-lactama.

1. grupo amino livre
2. anel ß-lactâmicos
3. Tiazolina anel
R. Radical determina as propriedades farmacológicas 

O efeito lítico de beta-lactâmicos é devido a dois fatores: 

Por contendo as bactérias da parede celular defeituosos solta, e o microrganismo para a entrada de rajadas água produzida como resultado da pressão osmótica interna alta. 
Fazendo com que a perda de um inibidor de enzimas endógenas capazes de hidrolisar mureína (autolisinas), que são normalmente envolvidas em volume da parede celular e a separação das bactérias após a divisão celular. Inibidor autolisinas falta faz com que o metabolismo desequilibrado conduzindo a lise bacteriana. 

Classificação das penicilinas

As penicilinas podem ser classificados quanto ao seu espectro de atividade antimicrobiana:

1 . Grupo das Penicilinas: 

Este grupo inclui penicilina G sódio e penicilina V. 

A penicilina G é fracamente absorvido quando administrado por via oral e é destruído por o pH ácido do estômago. 

Em contraste penicilina V é mais estável em pH ácido e pode ser administrada por via oral. As concentrações plasmáticas de penicilina G são de 0,9 mg / ml após a administração por via intramuscular de 300 000 U, enquanto que a administração oral de 500 mg de penicilina V produz uma concentração no plasma de 3 ug / ml. 

A penicilina G é distribuída por todo o corpo bem, mas as suas concentrações variam amplamente entre diferentes tecidos e fluidos. Não penetram facilmente CSF normal, embora a sua entrada é fornecida quando há uma inflamação das meninges. Seu caminho é a excreção principalmente renal. São usados ​​no tratamento de infecções por Streptococcus ( S. pyogenes , S. agalactiae , S. pneumoniae ), Neisseria gonorrhoeae (não produzindo penicilasas), T reponema pallidum , Staphylococcus aureus produtoras de penicilinase não anaeróbios ( Clostridium , Bacillus ). Não é usado para Gram negativo.

Benzilpenicilina 

2. Grupo das penicilinase penicilinas resistentes: 

Este grupo inclui meticilina, oxacilina, cloxacilina e Nafcillin. É menos potente do que a penicilina G, mas são eficazes contra o Staphylococcus aureuspenicilinase produtores, mas agora muitas das cepas são "resistentes à meticilina", que significa resistência a todas as penicilinas penicilinase-resistente. Meticilina não é administrado por via oral, e pode atingir concentrações plasmáticas de 20 ug / ml (2 g de dose intramuscular). As penicilinas, tais como oxacilina isoxazólicas pode ser administrado por via oral e atingir as concentrações plasmáticas de pico de 5-10 mg / ml (1 g de dose oral) e 15 mg / ml (500 mg, por via intramuscular).

Meticilina 

3. Grupo das aminopenicilinas: 

Neste grupo são amoxicilina, ampicilina, e bacampicilina ciclacilina. Eles têm um espectro mais amplo de actividade do que a penicilina mas são destruídos por beta-lactamase. Eles são bem absorvidos quando administrados por via oral. Ampicilina plasma com 3 mg / ml (500 mg de dose oral), e 7-10 mg / ml é obtida (500 mg de dose intramuscular, 1 g), enquanto que a amoxicilina obtido plasma de alta oralmente com a mesma dose (4 mg / mL, após a administração oral de 250 mg). Estes antimicrobianos são usados ​​para tratar infecções respiratórias causadas por Streptococcus ( S. pyogenes , S. pneumoniae ) e cepas de Haemophilus influenzae, infecções do trato urinário produzidas por alguns Enterobacteriaceae (Escherichia coli , Proteus mirabilis ), e outros infeciones causada por Salmonella spp. , Shigella spp. , Streptococcus faecalis (enterococos) e Listeria monocytogenes . Não é usado para bactérias resistentes à penicilina.

Amoxicilina 

4. Grupo das carboxypenicillins: 

Estes antimicrobianos utilizados no tratamento de infecções causadas por Enterobacteriaceae e Pseudomonas aeruginosa resistentes à aminopenicilinas. Não é absorvido no tracto gastrointestinal, quando administrado por via oral, e as concentrações plasmáticas de pico de carbenicilina são de 100-150 mg / ml (1 g de dose intravenosa), enquanto ticarcilina são 300. Ug / ml (dose intravenosa 4 g). Eles não são usados ​​para tratar infecções causadas por Staphylococcus resistentes à penicilina G, Klebsiella e Serratia .

Ticarcillin 

5 Gupo das Acil penicilinas ureido: 

Piperacillin antimicrobiana Estes são semelhantes à atividade contra Pseudomonas carboxypenicillins e são ativos contra Klebsiella.

Piperacillin 

Resistência aos antimicrobianos ß-lactâmicos

Inativação da droga devido a ß-lactamase que divide o anel beta-lactama: as beta-lactamases são indutíveis em bactérias extracelulares positivas e Gram, e são sintetizados em grandes quantidades. Em bactérias Gram-negativas, as beta-lactamases são geralmente constitutiva, estão ligados às células, são encontradas no espaço periplasmático e são sintetizados em quantidade muito menor do que em bactérias gram-positivas. 

ß-lactamase pode ser codificado ou no cromossoma e plasmídeos.

Local de ação do beta-lactamases

Dificuldade na atração: ocorre em bactérias Gram-negativas quando ß-lactâmicos não pode facilmente atravessar a membrana externa.

Alvo alterada: é devido às mudanças que ocorrem no PBP, geralmente devido a mutações cromossômicas.

Os efeitos colaterais dos beta-lactâmicos:

Os ß-lactâmicos são geralmente bem tolerado pelo organismo e são agentes antimicrobianos que têm menos toxicidade direta.

A Muito altas doses de penicilina (superior a 30 g / dia) pode ser irritante para o Sistema Nervoso Central. Alguns granulopenia ß-lactâmicos podem causar diarréia e sangramento tendência. O efeito colateral mais grave associada à alergia a beta-lactâmicos é. Este efeito deve-se aos produtos de degradação do antimicrobiano, como ácido penicilóico são combinados com a proteína, e sensibilizar o sistema imunitário do paciente. Os glicocorticóides são geralmente utilizados para suprimir reacções alérgicas a beta-lactama


FERNANDO DE SÁ DEL FIOL E SILVIO BARBERATO FILHO

A introdução dos agentes antimicrobianos na medicina moderna foi um passo gigantesco na diminuição dos coeficientes de morbidade e mortalidade humanas. Nenhum outro grupo de fármacos, ou técnica cirúrgica, teve, ate hoje, tanta influencia na saúde das populações como a descoberta dos antibióticos.

O sucesso na terapêutica antimicrobiana depende de três elementos: o fármaco, o hospedeiro e o microrganismo. O clinico, ao fazer a escolha do antimicrobiano, deve levar em conta a relação existente entre o microrganismo
e o fármaco (sensibilidade), a relação entre o microrganismo e o hospedeiro (doença) e ainda a relação entre o hospedeiro e o fármaco (farmacocinética).

Ao não ponderar algumas dessas relações, a escolha e o tratamento pode estar comprometido.

Fatores relacionados ao microrganismo compreendem especialmente sua identificação e sensibilidade. Ao hospedeiro, sua condição imunológica, idade, possibilidade de gravidez, função hepática e renal e ainda o lugar da infecção.

Por fim, mas não menos importante, e imperativo o conhecimento do fármaco a ser empregado: seu mecanismo de ação, propriedades farmacocinéticas e toxicidade seletiva.

Dados nacionais e mundiais mostram que e muito grande o numero de prescrições desnecessárias ou inadequadas desses medicamentos, alem do uso sem prescrição medica. O uso em pediatria (ate 10 anos de idade) atinge cerca de 30% da utilização humana. A maioria destas prescrições visa a profilaxia ou a utilização, consciente ou não, em infecções de etiologia viral, propriedades que esses fármacos sabidamente não possuem.

O uso desmedido e sem justificação, associado ainda ao uso veterinário e agropecuário, tem levado a situações cada vez mais criticas em virtude da seleção de microrganismos multirresistentes.

A literatura e farta em apontar dados que mostram relação direta entre o uso e os índices de resistência bacteriana, ou seja, quanto mais utilizado, maiores são os índices de resistência ao fármaco e, portanto, menor sua eficácia. Países que adotaram restrições e maior controle para o uso desses medicamentos observam maior eficácia dos antimicrobianos.

O uso racional e adequado e indispensável para a manutenção da atividade dessa valiosa classe terapêutica , subsidiando o prescrito com importantes informações que deverão pautar a escolha do medicamento a ser empregado, dose, via de administração, tempo de terapêutica e uso associado.

REFERÊNCIAS

1. FELMINGHAM, D.; GRUNEBERG, R. N. The Alexander Project 1996-1997: latest susceptibility data from this international study of bacterial pathogens from community-acquired lower respiratory tract infections. J. Antimicrob. Chemother.,Oxford, v.45, n.2, p.191-203, 2000.

2. CARS, O.; MOLSTAD, S.; MELANDER, A. Variation in antibiotic use in the European Union. Lancet, London, v. 357, n. 9289, p.1851-1853, 2001.

3. MANDELL, G. L.; BENNETT, J. E.; DOLIN, R. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases. 6. ed. Philadelphia: Churchill Livingstone, 2005.

4. GRIJALVA, C. G.; NUORTI, J. P.; GRIFFIN, M. R. Antibiotic prescription rates for acute respiratory tract infections in US Ambulatory Settings. J. Am. Med. Assoc., Chicago, Il, v.302, n.7, p.758-766, 2009.

5. POEHLING, K. A. et al. Invasive pneumococcal disease among infants before and after introduction of Pneumococcal conjugate vaccine. J. Am. Med. Assoc., Chicago, Il, v.295, n.14, p.1668-1674, 2006.

PENICILINAS




A penicilina foi descoberta em 1928 por Alexander Fleming quando saiu de férias e esqueceu algumas placas com culturas de microrganismos em seu laboratório no Hospital St. Mary em Londres. Quando voltou, reparou que uma das suas culturas de Staphylococcus tinha sido contaminada por um bolor, e em volta das colônias deste não havia mais bactérias. Então Fleming e seu colega, Dr. Pryce, descobriram um fungo do gênero Penicillium, e demonstraram que o fungo produzia uma substância responsável pelo efeito bactericida: a penicilina. Esta foi obtida em forma purificada por Howard Florey, Ernst Chain e Norman Heatley, da Universidade de Oxford, muitos anos depois, em 1940



Eles comprovaram as suas qualidades antibióticas em ratos infectados, assim como a sua não-toxicidade. Em 1941, os seus efeitos foram demonstrados em humanos. O primeiro homem a ser tratado com penicilina foi um agente da polícia que sofria de septicémia com abcessos disseminados, uma condição geralmente fatal na época. Ele melhorou bastante após a administração do fármaco, mas veio a falecer quando as reservas iniciais de penicilina se esgotaram. 



Em 1945, Fleming, Florey e Chain receberam o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina por este trabalho. A penicilina salvou milhares de vidas de soldados dos aliados na Segunda Guerra Mundial. Durante muito tempo, o capítulo que a penicilina abriu na história da Medicina parecia prometer o fim das doenças infecciosas de origem bacteriana como causa de mortalidade humana. A penicilina ajudou muito a sociedade daquela época e hoje também.

Tem-se dito que muitas descobertas científicas são feitas ao acaso. O acaso, já dizia Pasteur, só favorece aos espíritos preparados e não prescinde da observação. A descoberta da penicilina constitui um exemplo típico. Alexander Fleming, bacteriologista do St. Mary's Hospital, de Londres, vinha já há algum tempo pesquisando substâncias capazes de matar ou impedir o crescimento de bactérias nas feridas infectadas. 

Essa preocupação se justificava pela experiência adquirida na Primeira Grande Guerra (1914-1918), na qual muitos combatentes morreram em conseqüência da infecção em ferimentos profundos. Em 1922 Fleming descobrira uma substância antibacteriana na lágrima e na saliva, a qual dera o nome de lisozima. Em 1928 Fleming desenvolvia pesquisas sobre estafilococos, quando descobriu a penicilina. A descoberta da penicilina deu-se em condições peculiaríssimas, graças a uma seqüência de acontecimentos imprevistos e surpreendentes.

No mês de agosto daquele ano Fleming tirou férias e, por esquecimento, deixou algumas placas com culturas de estafilococos sobre a mesa, em lugar de guardá-las na geladeira ou inutilizá-las, como seria natural. Quando retornou ao trabalho, em setembro, observou que algumas das placas estavam contaminadas com mofo, fato que é relativamente freqüente. Colocou-as então, em uma bandeja para limpeza e esterilização com lisol. 

Neste exato momento entrou no laboratório um seu colega, Dr. Pryce, e lhe perguntou como iam suas pesquisas. Fleming apanhou novamente as placas para explicar alguns detalhes ao seu colega sobre as culturas de estafilococos que estava realizando, quando notou que havia, em uma das placas, um halo transparente em torno do mofo contaminante, o que parecia indicar que aquele fungo produzia uma substância bactericida. O assunto foi discutido entre ambos e Fleming decidiu fazer algumas culturas do fungo para estudo posterior.


O fungo foi identificado como pertencente ao gênero Penicilium, donde deriva o nome de penicilina dado à substância por ele produzida. Fleming passou a empregá-la em seu laboratório para selecionar determinadas bactérias, eliminando das culturas as espécies sensíveis à sua ação.

A descoberta de Fleming não despertou inicialmente maior interesse e não houve a preocupação em utilizá-la para fins terapêuticos em casos de infecção humana até a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939. Em 1940, Sir Howard Florey e Ernst Chain, de Oxford, retomaram as pesquisas de Fleming e conseguiram produzir penicilina com fins terapêuticos em escala industrial, inaugurando uma nova era para a medicina - a era dos antibióticos. Alguns anos mais tarde, Ronald Hare, colega de trabalho de Fleming, tentou, sem êxito, "redescobrir" a penicilina em condições semelhantes às que envolveram a descoberta de Fleming. 


Após um grande número de experiências verificou que a descoberta da penicilina só se tornou possível graças a uma série inacreditável de coincidências, quais sejam: O fungo que contaminou a placa, como se demonstrou posteriormente, é um dos três melhores produtores de penicilina dentre todas as espécies do gênero Penicilium; O fungo contaminante teria vindo pela escada do andar inferior, onde se realizavam pesquisas sobre fungos; 

O crescimento do fungo e dos estafilococos se fez lentamente, condição necessária para se evidenciar a lise bacteriana; No mês de agosto daquele ano, em pleno verão, sobreveio uma inesperada onda de frio em Londres, que proporcionou a temperatura ideal ao crescimento lento da cultura; A providencial entrada do Dr. Pryce no Laboratório permitiu que Fleming reexaminasse as placas contaminadas e observasse o halo transparente em torno do fungo, antes de sua inutilização. Apesar de todas essas felizes coincidências, se Fleming não tivesse a mente preparada não teria valorizado o halo transparente em torno do fungo e descoberto a penicilina.

Mecanismo de ação

Tdos os antibióticos beta-lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas) interferem na síntese de parede celular bacteriana, através de sua ligação com as enzimas PLP. A penicilina acopla num receptor presente na membrana interna bacteriana (PBP) e interfere com a transpeptidação que ancora o peptidoglicano estrutural de forma rígida em volta da bactéria. Como o interior desta é hiperosmótico, sem uma parede rígida há afluxo de água do exterior e a bactéria lisa (explode).

O principal mecanismo de resistência de bactérias à penicilina baseia-se na produção de Beta-lactamases, enzimas que degradam a penicilina impedindo sua ação. Outro mecanismo de ação da penicilina é a inativação do inibidor das enzimas autolíticas na parede celular. Isto dá, como resultado, a lise celular.
Efeitos indesejados

A penicilina não tem efeitos secundários significativos, mas pode raramente causar reações alérgicas e até choque anafilático nos indivíduos susceptíveis.


Sintomas iniciais nesses casos podem incluir eritemas cutâneos disseminados, febre e edema da laringe, com risco de asfixia. A sua introdução por injeção no organismo também é conhecida por ser dolorosa.

Além disso uso prolongado ou em altas doses pode causar depleção da flora normal no intestino e supra infecção com espécie patogênica.
Fármacos derivados

Existem muitos antibióticos derivados por métodos químicos industriais da penicilina, constituindo as penicilinas semi-sintéticas: 
Amoxicilina, Ampicilina e Pivampicilina têm maior espectro de acção, e são eficazes contra mais tipos de organismos. 

Flucloxacilina é mais resistente à beta-lactamase (uma penicilinase). 

Carbenacilina, Aziocilina, Ticarcilina são eficazes contra espécies de Pseudomonas, especialmente a P.aeruginosa, que são importantes patogénios do meio hospitalar. 

SIMONE SENA FARINA E SILVIO BARBERATO FILHO

As penicilinas foram os primeiros antimicrobianos usados na terapêutica; de origem natural ou sintética, são amplamente utilizadas para maioria das infecções.

São bactericidas e interferem na síntese da parede celular bacteriana. Distribuem-se amplamente no organismo, mas a penetração no sistema nervoso central e pequena, exceto quando as meninges estão inflamadas. 

Geralmente são bem toleradas; os efeitos adversos mais importantes são as reações de hipersensibilidade. Reações alérgicas a penicilinas ocorrem em 1% a 10% dos pacientes tratados, enquanto as reações de anafilaxia, em menos de 0,05%. . Deve-se investigar a historia previa de reações alérgicas como forma de prevenir a ocorrência de reações de hipersensibilidade.
AMOXICILINA

É pó cristalino, branco, de a massa molecular 419,45, levemente solúvel em água, álcool metílico e álcool etílico; praticamente insolúvel em tetracloreto de carbono, clorofórmio, éter e óleos fixos. 

Dissolve-se em soluções diluídas, ácidas e alcalinas (na forma de hidróxidos). Antibiótico bactericida, semi-sintético, tem em sua estrutura química o grupo amino ionizável, apresentando a vantagem de começar a agir no trato gastrintestinal. Por ser um antibiótico beta-lactâmico, atua destruindo a parede das células bacterianas, pois se une a uma grande variedade de proteínas responsáveis pela síntese de enzimas que alimentam bactérias infecciosas, deixando-as sem ação. 

As reações mais comuns são diarreia, náusea, vômito, sono e enjoo. Também podem ocorrer erupções ou rash cutâneo, podendo ser urticariforme ou macropapular, aparecendo, em geral, após cerca de uma semana após o uso. Reações alérgicas podem ocorrer principalmente em pessoas sensíveis às penicilinas e/ou naquelas com histórico de asma, eczema e febre do feno. Colite pseudomembranosa tem sido relatada em poucos casos. Também pode ocorrer febre, porém mais raramente. Alguns casos de neutropenia já foram descritos. Como as demais penicilinas, pode ocorrer nefrite intersticial, porém com baixa frequência. Alguns casos raros de convulsões em pacientes com nível sérico muito elevado foram relatados. Raramente, podem ocorrer dor e escurecimento da língua. Podem ser verificadas superinfecções por germes resistentes quando a amoxicilina for utilizada por um longo tempo.

A amoxicilina costuma ser indicada para uso em antibioticoterapia em humanos. Variam, naturalmente, para as duas aplicações, pois que distintas as doses e os critérios a serem aplicados.

É indicada para tratamento de :

- infecções de pele e tecidos moles;
- infecção odontogênica;
- infecção do trato respiratório baixo;
- infecção urinária;
- otite média;
- infecção por Chlamydia (em gestantes);
- gastrite e úlcera péptica por Helicobacter pylori
- prevenção de endocardite bacteriana



É derivada da ampicilina e apresenta espectro de ação semelhante, entretanto, por ter melhor absorção oral, atinge concentrações séricas e teciduais maiores.

AMOXICILINA + CLAVULANATO DE POTÁSSIO.

A amoxicilina, quimicamente D-(-)-alfa-amino p. hidroxibenzil penicilina, é uma penicilina semi-sintética de amplo espectro de ação, derivada do núcleo básico da penicilina, o ácido 6-amino-penicilânico. O ácido clavulânico é uma substância produzida pela fermentação do Streptomyces clavuligerus que possui a propriedade especial de inativar de modo irreversível as enzimas beta-lactamases, permitindo, desta forma, que os microrganismos se tornem sensíveis à rápida ação bactericida da amoxicilina. Ambos os sais possuem propriedades farmacocinéticas muito equivalentes.



Tanto a amoxicilina como o clavulanato de potássio são bem absorvidos tanto pela via entérica como pela parenteral.



As concentrações séricas de amoxicilina alcançadas com o uso de amoxicilina + clavulanato de potássio são similares àquelas produzidas pela administração de doses equivalentes de amoxicilina isoladamente.


A meia-vida da amoxicilina após a administração de amoxicilina + clavulanato de potássio é de 1,3 horas e a do ácido clavulânico é de 1,0 hora.

Aproximadamente 60-70% de amoxicilina e 40-65% de ácido clavulânico são excretados, sem modificações, na urina durante as primeiras 6 horas após sua administração.

Nenhum dos componentes de amoxicilina + clavulanato de potássio tem ligações protéicas em grande número; o ácido clavulânico apresenta um percentual de ligações protéicas de aproximadamente 30%, enquanto que a amoxicilina, de 20%.

A amoxicilina, como a maioria das penicilinas, pode ser detectada no leite materno. Com relação ao ácido clavulânico, não existem dados disponíveis a esse respeito.

A amoxicilina se espalha rapidamente nos tecidos e fluídos intersticiais, com exceção do cérebro e seus fluídos. Os resultados de experimentos envolvendo a administração do ácido clavulânico, em animais sugere que esta substância, do mesmo modo que a amoxicilina, é bem distribuída pelos tecidos corporais.

Cada frasco-ampola de amoxicilina + clavulanato de potássio 1 g contém 1,26 mEq de potássio.

A amoxicilina é um antibiótico semi-sintético com um largo espectro de atividade bactericida, contra muitos microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos. A amoxicilina é, todavia, suscetível à degradação por betalactamases e portanto o espectro de atividade não inclui microrganismos que produzem estas enzimas.

O ácido clavulânico é um beta-lactâmico, estruturalmente relacionado às penicilinas, que possui a capacidade de inativar uma gama de enzimas beta-lactaamases comumente encontradas em microrganismos resistentes à penicilinas e à cefalosporinas. Em particular, tem boa atividade contra o plasmídeo mediador das beta-lactamases clinicamente importante para a transferência de resistência à droga.

A formulação da amoxicilina com o ácido clavulânico protege a amoxicilina da degradação das enzimas betalactamases e estende de forma efetiva o espectro antibiótico da amoxicilina por incluir muitas bactérias normalmente resistentes à amoxicilina e outros antibióticos beta-lactâmicos. Assim amoxicilina + clavulanato de potássio possui propriedade única de antibiótico de amplo espectro e inibidor de beta-lactamase.

Amoxicilina + clavulanato de potássio é bactericida para uma larga faixa de bactérias, incluindo:

• Bactérias gram-positivas:

- Aeróbias: Staphylococcus aureus*, Staphylococcus coagulase negativos* (incluindo Staphylococcus epidermidis), Enterococcus faecalis, Streptococcus pneumoniae, Streptococcus pyogenes, Streptococcus viridans,Corynebacterium spp, Bacillus anthracis e Listeria monocytogenes.
- Anaeróbias: Clostridium spp, Peptococcus spp e Peptostreptococcus spp.

• Bactérias gram-negativas:

- Aeróbias: Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis* (Branhamella catarrhalis), Escherichia coli*, Klebsiella
spp*, Proteus mirabillis*, Proteus vulgaris*, Neisseria gonorrhoeae*, Neisseria meningitidis, Salmonella spp*, Shigella
spp*,Bordetella pertussis, Brucella spp, Vibrio cholerae e Pasteurella multocida.
- Anaeróbias: Bacteroides spp* (incluindo o B. fragillis).
*Incluindo cepas produtoras de beta-lactamase, resistentes a ampicilina e amoxicilina.

- INDICAÇÕES

amoxicilina + clavulanato de potássio é indicado para tratamentos de curta duração de infecçõesbacterianas nos seguintes sítios:

- Infecções do trato respiratório superior (incluindo ENT). Ex.: amigdalite, sinusite e otite média.
- Infecções do trato respiratório inferior. Ex.: bronquite aguda e crônica, pneumonia lobar ebroncopneumonia.
- Infecções do trato genituritário. Ex.: cistite, uretrite, pielonefrites e infecções genitais femininas.
- Infecções da pele e tecidos moles. Ex.: furúnculos, abscessos, celulite e ferimentos infectados.
- Infecções dos ossos e das articulações. Ex.: osteomielite.
- Outras infecções. Ex.: aborto séptico, sepse puerperal, sepse intra-abdominal, septicemia, peritonite,infecções pós-cirúrgicas.




O acido clavulânico, um inibidor da betalactamase, não tem atividade antibacteriana significante, mas em associação com a amoxicilina, amplia o espectro de ação dela e permite o uso contra bactérias resistentes a amoxicilina.

AMPICILINA

A ampicilina é um antibiótico beta-lactâmico semi-sintético , obtido a partir do ácido 6-aminopenicilânico (6-APA), de elevado consumo na medicina. A rota atual de produção (ano de 2006), conhecida como "rota química", utiliza solventes altamente tóxicos e baixas temperaturas e, portanto, está restrita a países com exigências ambientais limitadas (como China e Índia). Outros países apenas importam a ampicilina como principio ativo para comercialização. Uma rota de produção por via enzimática está em pesquisa (utilizando a Penicilina G Acilase, PGA), conhecida como "rota verde", cujo objetivo é realizar a síntese em meio aquoso e em temperatura próxima a ambiente, permitindo que o composto seja produzido em outros países e com risco ambiental muito reduzido.



Sintetizada em 1959, por Batchelor e col. o qual tornou viável a obtenção do núcleo central das penicilinas através de um mecanismo fácil com elevado rendimento e pouco gasto.



Com o conhecimento adequado, os cientistas do laboratório Beecham, Inglaterra, iniciaram pesquisas sobre penicilinas semi-sintéticas que tivessem espectro de ação ampliado em relação à penicilina.


Foi a primeira penicilina semi-sintética que mostrou ação contra bacilos gram-negativos abrindo o campo de penicilinas de amplo espectro.

Comercializada na forma anidra, triidratada e sódica, bem como nas formas de depósito, isto é, ligada a benzatina ou àprobenecida.

Estas apresentações, embora tenham algumas diferenças físico-químicas e farmacológicas, não alteram o efeito do antibiótico em meio ácido (estômago} ou a inativação por beta-lactamases (junto com outros medicamentos).

Classificada como uma aminopenicilina e difere estruturalmente da penicilina G somente pela presença de um grupo amino na posição alfa do carbono benzilico da cadeia lateral R ou seja uma pequena mudança na sua cadeia lateral.

O grupo amino ionizável confere amplo espectro de ação, devido à diminuição da hidrolise ácida catalisada. Ocorre assim, um decréscimo da reatividade do oxigênio da carbonila amídica frente à sua participação na abertura do anel beta-lactâmico para formação do ácido penicilâmico.

Baseado em informações do compêndio - Drug Infornmation, 1999 - Um tipo de bíblia dos medicamentos.

Por ser antibiótico bactericida, apresenta mecanismo e ação semelhante ao das outras penicilinas. Entretanto, a ampicilina tem maior afinidade a proteína fixadora da penicilina , que é responsável pela formação de septos no momento da divisão da célula bacteriana.

Dessa forma, age sobre o microorganismo sensível em um prazo médio de 6 a 120 minutos.

A resistência dos microorganismos às penicilinas limita sua ação. Os microorganismos tornam-se resistentes às penicilinas principalmente devido a ação de um ou mais dos seguintes mecanismos:

Inativação do antibiótico por beta-lactamases bacterianas, através do rompimento do anel beta-lactâmico do núcleo das penicilinas - Ação da bactéria ao romper o anel protetor do antibiótico;

Redução na permeabilidade da membrana externa e, conseqüentemente, uma menor capacidade do antibiótico atingir as proteínas ligantes apropriadas;

Alteração, diferenças estruturais nas proteínas ligantes à penicilina;

Esses dados foram compilados do livro Tolerância (Rang & Dale, 1995).

Quando lançada no início da década de 1960, a ampicilina mostrava-se ativa contra bactérias gram-positivas:

estreptococo beta-hemolítico, viridescente, enterococo, pneumococo, estafilococo não produtor de penicilase, listéria,clostrídios, bacilo diftérico Corynebacterium diphteriae - Ver Difteria

E várias bactérias gram-negativas :


Inicialmente não agia contra Kleesiella-Enterobacter e era inócua contra Proteus indol-positivos, Serratia, Pseudomonas, bem como requéstia, micoplasma e clamídias. Devido à inativação pela penicilase a ampicilina, desde logo, mostrou-se desprovida de ação sobre estafilococos e outros microorganismos que elaboram esta enzima.

Em conseqüência ao seu uso indiscriminado em todo o mundo, a resistência bacteriana a ampicilina desenvolveu-se de maneira constante e ascendente, sendo atualmente incerta a eficácia deste fármaco frente a determinadas infecções, principalmente as causadas por bacilos gram-negativos e estafilacocos hospitalares.

Absorvida por via oral e parenteral, com pequenas variações nas concentrações séricas obtidas após a administração oral da ampicilina anidra, triidratada e sódica tais as diferenças não apresentam vantagens terapêuticas significadas, para o efeito prático, considera-se semelhante à absorção oral das três apresentações, comprimido, cápsulas e pó.

Uma vez absorvida, a ampicilina distribui-se pelos tecidos e líquidos orgânicos, sendo encontrado níveis elevados no pulmão, fígado, rins, pele, tubo digestivo, bile, líquidos sinovial, peritonial e pleural. Sua concentração no cérebro, seios da face, músculos, coração, saliva, lágrimas e suor são menor que a do sangue, mas suficiente para ação terapêutica.

Atravessa a barreira placentária originando concentrações terapêuticas no feto e líquido amniótico. Também atravessa a barreira hematoencefálica em pacientes com meningoencefalite.

Normalmente eliminada pela bilis e a urina.


Apesar de na atualidade existir uma crescente resistência à ampicilina entre tais microorganismos.

Recomenda-se fazer testes bacteriológicos para a determinação dos microorganismos causadores do processo infeccioso, assim como a sensibilidade destes à ampicilina, antes da ingestão de qualquer medicação antimicrobiana, sempre que a situação permitir.

A Ampicilina está desaconselhada a pacientes alérgicos a este antibiótico ou a antibióticos do tipo penicilina. Este medicamento pode estar desaconselhado a mulheres grávidas ou a amamentar e a pessoas com doença hepática ou renal grave.

Como reações adversas 
Indigestão 
Rash cutâneo 


É uma penicilina de amplo espectro, tendo atividade contra gram-positivos e gram-negativos, mas e inativada por penicilinases, incluindo as produzidas por Staphylococcus aureus e Escherichia coli; muitas cepas de Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis, Neisseria gonorrhoeae, Salmonella spp. e Shigella spp. sao resistentes. 

A ampicilina é uma boa opção apenas quando testes de susceptibilidade estão disponíveis.

BENZILPENICILINA OU PENICILINA G

A Benzilpenicilina, comumente conhecida como Penicilina G, é um tipo de penicilina, considerada padrão-ouro. A Penicilina G é utilizada via parenteral (externa) devido à sua instabilidade no ácido clorídrico do estômago. Como é administrada via parenteral, altas concentrações tissulares de penicilina G podem ser obtidas mais rápidamente do que com a fenoximetilpenicilina. Estas concentrações mais altas se traduzem em aumento da atividade antibacteriana.

Indicações específicas da Penicilina G incluem 

Endocardite bacteriana 
Pneumonia aspirativa ou abscesso pulmonar 
Septicemia em crianças 



Possui atividade contra gram-positivos e gram-negativos, sendo inativada por betalactamases. E administrada por via injetável, pois o acido gástrico a inativa. Benzilpenicilina potássica e hidrossolúvel, o que permite o uso por via intravenosa5. 

As benzilpenicilinas procaina e benzatina são preparações de ação prolongada utilizadas por via intramuscular.

OXACILINA

A oxacilina é um antibiótico pertencente ao grupo das penicilinas resistentes à betalactamase e penicilinase estafilicócica. A sua principal indicação são as infecções provocadas por estes germes em várias localizações, nomeadamente abcessos,septicemias, pneumonias, etc. Uma pequena percentagem de estafilococos tornou-se resistente a este grupo de antibióticos de também fazem parte a meticilina e a cloxacilina


E uma isoxazolilpenicilina cujo protótipo era a meticilina. E resistente a penicilinase e ao acido gastrico, sendo utilizada primariamente em infecções por Staphylococcus aureus produtores de penicilinase. 

Ao Staphylococcus epidermidis é frequentemente resistente. Cepas de estafilococos resistentes as isoxazolilpenicilinas constituem um problema tanto em hospital quanto fora dele (adquiridas na comunidade) 

REFERÊNCIAS

1. BRITISH MEDICAL ASSOCIATION AND ROYAL PHARMACEUTICAL SOCIETY OF GREAT BRITAIN. British national formulary. 57. ed. London: BMJ Publishing Group and APS Publishing, 2009. 

2. SWEETMAN, S. (Ed.). Martindale: the complete drug reference. [Database on the Internet]. Greenwood Village: Thomson Reuters (Healthcare) Inc. Updated periodically. Disponivel em: .

3. WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO model formulary 2008. Geneva: WHO,2008. 

4. FUCHS, F. D. Antibioticos betalactamicos. In: FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L.; FERREIRA, M. B. C. (Ed.). Farmacologia clínica: fundamentos da terapeutica racional. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 360-368.

5. REESE, R. E.; BETTS, R. F. Antibiotic uses. In: BETTS, R. F.; CHAPMAN, S. W.; PENN, R. L. (Ed.). Reese and Betts´ a practical approach to infectious diseases. 5. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2003. p. 969-1153.


A penicilina é um antibiótico natural derivado do bolor produzido pelo fungo Penicillium chrysogenum (ou P. notatum). Ela foi descoberta por acaso em 1928, pelo médico e bacteriologista escocês Alexander Fleming e está disponível como fármaco desde 1941, sendo o primeiro antibiótico a ser utilizado com sucesso.

1 - HISTÓRIA
A penicilina foi descoberta em 1928 por Alexander Fleming quando saiu de férias e esqueceu algumas placas com culturas de microrganismos em seu laboratório no Hospital St. Mary em Londres.
Quando voltou, reparou que uma das suas culturas de Staphylococcus tinha sido contaminada por um bolor, e em volta das colônias deste não havia mais bactérias.
Então Fleming e seu colega, Dr. Pryce, descobriram um fungo do gênero Penicillium, e demonstraram que o fungo produzia uma substância responsável pelo efeito bactericida: a penicilina.
Esta foi obtida em forma purificada por Howard Florey, Ernst Chain e Norman Heatley, da Universidade de Oxford, muitos anos depois, em 1940.
Eles comprovaram as suas qualidades antibióticas em ratos infectados, assim como a sua não toxicidade.
Em 1941, os seus efeitos foram demonstrados em humanos. O primeiro homem a ser tratado com penicilina foi um agente da polícia que sofria de septicemia com abscessos disseminados, uma condição geralmente fatal na época. Ele melhorou bastante após a administração do fármaco, mas veio a falecer quando as reservas iniciais de penicilina se esgotaram.
Em 1945, Fleming, Florey e Chain receberam o Prémio Nobel de Fisiologia ou Medicina por este trabalho. A penicilina salvou milhares de vidas de soldados dos aliados na Segunda Guerra Mundial.
Tem-se dito que muitas descobertas científicas são feitas ao acaso. O acaso, já dizia Pasteur, só favorece aos espíritos preparados e não prescinde da observação.
A descoberta da penicilina constitui um exemplo típico. Alexander Fleming, bacteriologista do St. Mary's Hospital, de Londres, vinha já há algum tempo pesquisando substâncias capazes de matar ou impedir o crescimento de bactérias nas feridas infectadas.
Essa preocupação se justificava pela experiência adquirida na Primeira Grande Guerra (1914-1918), na qual muitos combatentes morreram em consequência da infecção em ferimentos profundos.
Em 1922 Fleming descobrira uma substância antibacteriana na lágrima e na saliva, a qual dera o nome de lisozima. Em 1928 Fleming desenvolvia pesquisas sobre estafilococos, quando descobriu a penicilina. A descoberta da penicilina deu-se em condições peculiaríssimas, graças a uma sequencia de acontecimentos imprevistos e surpreendentes.
No mês de agosto daquele ano Fleming tirou férias e, por esquecimento, deixou algumas placas com culturas de estafilococos sobre a mesa, em lugar de guardá-las na geladeira ou inutilizá-las, como seria natural.
Quando retornou ao trabalho, em setembro, observou que algumas das placas estavam contaminadas com mofo, fato que é relativamente frequente.
Colocou-as então, em uma bandeja para limpeza e esterilização com lisol. Neste exato momento entrou no laboratório um seu colega, Dr. Pryce, e lhe perguntou como iam suas pesquisas.
Fleming apanhou novamente as placas para explicar alguns detalhes ao seu colega sobre as culturas de estafilococos que estava realizando, quando notou que havia, em uma das placas, um halo transparente em torno do mofo contaminante, o que parecia indicar que aquele fungo produzia uma substância bactericida.
O assunto foi discutido entre ambos e Fleming decidiu fazer algumas culturas do fungo para estudo posterior.
O fungo foi identificado como pertencente ao gênero Penicilium, donde deriva o nome de penicilina dado à substância por ele produzida. Fleming passou a empregá-la em seu laboratório para selecionar determinadas bactérias, eliminando das culturas as espécies sensíveis à sua ação.
A descoberta de Fleming não despertou inicialmente maior interesse e não houve a preocupação em utilizá-la para fins terapêuticos em casos de infecção humana até a eclosão da Segunda Guerra Mundial, em 1939. Em 1940, Sir Howard Florey e Ernst Chain, de Oxford, retomaram as pesquisas de Fleming e conseguiram produzir penicilina com fins terapêuticos em escala industrial, inaugurando uma nova era para a medicina - a era dos antibióticos.
Alguns anos mais tarde, Ronald Hare, colega de trabalho de Fleming, tentou, sem êxito, "redescobrir" a penicilina em condições semelhantes às que envolveram a descoberta de Fleming.
Após um grande número de experiências verificou que a descoberta da penicilina só se tornou possível graças a uma série inacreditável de coincidências, quais sejam:
O fungo que contaminou a placa, como se demonstrou posteriormente, é um dos três melhores produtores de penicilina dentre todas as espécies do gênero Penicilium;
O fungo contaminante teria vindo pela escada do andar inferior, onde se realizavam pesquisas sobre fungos;
O crescimento do fungo e dos estafilococos se fez lentamente, condição necessária para se evidenciar a lise bacteriana; No mês de agosto daquele ano, em pleno verão, sobreveio uma inesperada onda de frio em Londres, que proporcionou a temperatura ideal ao crescimento lento da cultura;
A providencial entrada do Dr. Pryce no Laboratório permitiu que Fleming reexaminasse as placas contaminadas e observasse o halo transparente em torno do fungo, antes de sua inutilizarão.
Apesar de todas essas felizes coincidências, se Fleming não tivesse a mente preparada não teria valorizado o halo transparente em torno do fungo e descoberto a penicilina.
Não passa de um boato a história de que a família de Alexander Fleming teria salvo a vida de Winston Churchill duas vezes: a primeira vez, quando o menino Winston teria sido salvo de afogamento (por Alexander ou seu pai), o que teria feito com que o pai de Winston, como agradecimento, tivesse pago os estudos do jovem Alexander, e, na segunda vez, quando a penicilina (descoberta por Fleming) foi usada para curar Churchill de pneumonia.

A história foi inventada por Arthur Gladstone Keeney: nem o quase afogamento pode ser confirmado, nem Churchill foi tratado por penicilina, e sim por sulfadiazina,

ESTRUTURA QUÍMICA

PENICILINAS

Todas as penicilinas têm essencialmente a estrutura do ácido 6-aminopenicilânico com um anel de tiazolina, com um grupo amino livre ligado a um anel de beta-lactama.
1.grupo amino livre
2. anel ß-lactâmicos
3. Tiazolina anel
R. Radical determina as propriedades farmacológicas
As penicilinas contêm um anel ativa, o anel beta-lactâmico, que partilham com as cefalosporinas.

As penicilinas contêm um núcleo comum a todas elas e uma região que varia conforme o subtipo.

Todas penicilinas têm a mesma estrutura básica: ácido 6 aminopenicilanico, um anel tiazolidina unido a um anel beta lactâmico que leva um grupo amino livre.

MECANISMO DE AÇÃO

INIBIDORES DA SÍNTESE DE PAREDE

Os antimicrobianos são geralmente bactericidas interferindo na síntese da parede celular, porque os receptores de ligação enzimática do lado de fora da membrana bacteriana são polímeros condutores da transpeptidação da mureína.

O resultado é bactericida devido à inativação de um inibidor das enzimas autolíticas da parede bacteriana (autolisinas) o que leva à lise celular.

As enzimas são autolisinas finamente reguladas em condições normais de crescimento envolvidos na renovação da parede celular (volume da parede celular).

As enzimáticas receptoras são chamadas de proteínas de ligação à penicilina (PBP Penicilina Proteínas de Ligação) e são as carboxipeptidases e endopeptidases transpetidases, envolvidas na fase final da formação da parede celular:

A transpeptidação entre cadeias de glicopéptido resultam na formação de ligações peptídicas entre cadeias adjacentes de mureína.

As proteínas PBP também tem a tarefa de reorganizar a parede durante o crescimento e divisão celular.

As penicilinas podem ser ligadas a um ou mais destes PBP, que atuam como substratos análogos a transpeptidação normal.

Isto resulta numa inativação irreversível da forma PBP porque penicilinas comportam-se como agentes que atuam sobre o sítio ativo das enzimas de acilação.

Este tipo de agente antimicrobiano atua apenas sobre os microrganismos que crescem.

Se o crescimento dos micro-organismos por adição de um bacteriostático ou por omissão da penicilinas exercício nutriente nenhum efeito seja impedido.

O efeito lítico de beta-lactâmicos é devido a dois fatores:

Provocar nas bactérias o aparecimento de uma parede celular defeituosa que  se solta do microrganismo e permite a entrada de rajadas água que produz lise como resultado da pressão osmótica interna alta.

Fazer com que haja a perda de um inibidor de enzimas endógena capaz de hidrolisar a mureína (autolisinas), e que são normalmente envolvidos no volume da parede celular logo após a separação das bactérias após a divisão celular.

A falta do Inibidor de autolisinas faz com que o metabolismo fique desequilibrado o que conduz a lise bacteriana.
Todos os antibióticos beta-lactâmicos (penicilinas e cefalosporinas) interferem na síntese de parede celular bacteriana, através de sua ligação com as enzimas PLP.
A penicilina acopla num receptor presente na membrana interna bacteriana (PBP) e interfere com a transpeptidação que ancora o peptidoglicano estrutural de forma rígida em volta da bactéria.
Como o interior desta é hiperosmótico, sem uma parede rígida há afluxo de água do exterior e a bactéria lisa (explode).
O principal mecanismo de resistência de bactérias à penicilina baseia-se na produção de Beta-lactamases, enzimas que degradam a penicilina impedindo sua ação.
Outro mecanismo de ação da penicilina é a inativação do inibidor das enzimas autolíticas na parede celular. Isto dá, como resultado, a lise celular.

CLASSIFICAÇÃO DAS PENICILINAS

As penicilinas podem ser classificados quanto ao seu espectro de atividade  Antimicrobiana:

1 - GRUPO DAS PENICILINAS:

Este grupo inclui penicilina G sódio e penicilina V. A penicilina G é fracamente absorvido quando administrado por via oral e é destruído por o pH ácido do estômago.

Em contraste penicilina V é mais estável em pH ácido e pode ser administrada por via oral.

As concentrações plasmáticas de penicilina G são de 0,9 mg / ml após a administração por via intramuscular de 300 000 U, enquanto que a administração oral de 500 mg de penicilina V produz uma concentração no plasma de 3 ug / ml.

A penicilina G é distribuída por todo o corpo bem, mas as suas concentrações variam amplamente entre diferentes tecidos e fluidos.

Não penetram facilmente CSF normal, embora a sua entrada é fornecida quando há uma inflamação das meninges. Seu caminho é a excreção principalmente renal.

São usados no tratamento de infecções por Streptococcus ( S. pyogenes , S. agalactiae , S. pneumoniae ), Neisseria gonorrhoeae (não produzindo penicilasas), T reponema pallidum , Staphylococcus aureus produtoras de penicilinase não anaeróbios ( Clostridium , Bacillus ).

Não é usado para Gram negativo.

BENZILPENICILINA



2 - GRUPO PENICILINASE PENICILINAS RESISTENTES:

Este grupo inclui meticilina, oxacilina, cloxacilina e Nafcillin. É menos potente do que a penicilina G, mas são eficazes contra o Staphylococcus aureuspenicilinase produtores, mas agora muitas das cepas são "resistentes à meticilina", que significa resistência a todas as penicilinas penicilinase-resistente.

Meticilina não é administrado por via oral, e pode atingir concentrações plasmáticas de 20 ug / ml (2 g de dose intramuscular).

As penicilinas, tais como oxacilina isoxazólicas pode ser administrado por via oral e atingir as concentrações plasmáticas de pico de 5-10 mg / ml (1 g de dose oral) e 15 mg / ml (500 mg, por via intramuscular).

METICILINA



 3 - GRUPO DAS AMINOPENICILINAS:

Neste grupo são amoxicilina, ampicilina, e bacampicilina ciclacilina.

Eles têm um espectro mais amplo de atividade do que a penicilina, mas são destruídos por beta-lactamase.

Eles são bem absorvidos quando administrados por via oral. Ampicilina plasma com 3 mg / ml (500 mg de dose oral), e 7-10 mg / ml é obtida (500 mg de dose intramuscular, 1 g), enquanto que a amoxicilina obtido plasma de alta oralmente com a mesma dose (4 mg / mL, após a administração oral de 250 mg).

Estes antimicrobianos são usados para tratar infecções respiratórias causadas por Streptococcus ( S. pyogenes , S. pneumoniae ) e cepas de Haemophilus influenzae, infecções do trato urinário produzidas por alguns Enterobacteriaceae (Escherichia coli , Proteus mirabilis ), e outros infeciones causada por Salmonella spp. , Shigella spp. , Streptococcus faecalis (enterococos) e Listeria monocytogenes .

Não é usado para bactérias resistentes à penicilina.

AMOXICILINA



4 - GRUPO CARBOXYPENICILLINS:

Estes antimicrobianos utilizados no tratamento de infecções causadas por Enterobacteriaceae e Pseudomonas aeruginosa resistentes à aminopenicilinas.

Não é absorvido no trato gastrointestinal, quando administrado por via oral, e as concentrações plasmáticas de pico de carbenicilina são de 100-150 mg / ml (1 g de dose intravenosa), enquanto ticarcilina são 300. Ug / ml (dose intravenosa 4 g).

Eles não são usados para tratar infecções causadas por Staphylococcus resistentes à penicilina G, Klebsiella e Serratia .

TICARCILINA



 5 - GRUPO DAS ACIL PENICILINAS UREIDO:

Piperacillin antimicrobiana Estes são semelhantes à atividade contra Pseudomonas carboxypenicillins e são ativos contra Klebsiella.

PIPERACILINA


RESISTÊNCIA AOS ANTIMICROBIANOS ß-LACTÂMICOS

A inativação da droga devido a ß-lactamase que divide o anel beta-lactama: as beta-lactamases são indutíveis em bactérias extracelulares Gram positivas e, e são sintetizados em grandes quantidades.

Em bactérias Gram-negativas, as beta-lactamases são geralmente constitutiva, estão ligados às células, são encontradas no espaço periplasmático e são sintetizados em quantidade muito menor do que em bactérias gram-positivas.
ß-lactamase pode ser codificado ou no cromossoma e plasmídeos.

LOCAL DE AÇÃO DO BETA-LACTAMASES

A dificuldade na atração: ocorre em bactérias Gram-negativas quando ß-lactâmicos não pode facilmente atravessar a membrana externa.

Alvo alterada: é devido às mudanças que ocorrem no PBP, geralmente devido a mutações cromossômicas.

EFEITOS COLATERAIS

A penicilina não tem efeitos secundários significativos, mas pode raramente causar reações alérgicas e até choque anafilático nos indivíduos susceptíveis.
Sintomas iniciais nesses casos podem incluir eritemas cutâneos disseminados, febre e edema da laringe, com risco de asfixia.
A sua introdução por injeção no organismo também é conhecida por ser dolorosa.
Além disso, uso prolongado ou em altas doses pode causar deplecção da flora normal no intestino e suprainfecção com espécie patogênica .

OS EFEITOS COLATERAIS DOS BETA-LACTÂMICOS:

Os ß-lactâmicos são geralmente bem tolerados pelo organismo e são agentes antimicrobianos que têm menos toxicidade direta.

Muitas altas doses de penicilina (superior a 30 g / dia) podem ser irritantes para o Sistema Nervoso Central.

Alguns ß-lactâmicos podem causar diarreia e sangramento tendência.

O efeito colateral mais grave associada à alergia a beta-lactâmicos é. Granulopenia.

Este efeito deve-se aos produtos de degradação do antimicrobiano, como ácido penicilôico que combinado com a proteína, pode sensibilizar o sistema imunitário do paciente.




geralmente utilizados para suprimir reações alérgicas a beta-lactâmicos

REFERÊNCIAS

1. BRITISH MEDICAL ASSOCIATION AND ROYAL PHARMACEUTICAL SOCIETY OF GREAT BRITAIN. British national formulary. 57. ed. London: BMJ Publishing Group and APS Publishing, 2009. 

2. SWEETMAN, S. (Ed.). Martindale: the complete drug reference. [Database on the Internet]. Greenwood Village: Thomson Reuters (Healthcare) Inc. Updated periodically. Disponivel em: .

3. WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO model formulary 2008. Geneva: WHO,2008. 

4. FUCHS, F. D. Antibioticos betalactamicos. In: FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L.; FERREIRA, M. B. C. (Ed.). Farmacologia clínica: fundamentos da terapeutica racional. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 360-368.

5. REESE, R. E.; BETTS, R. F. Antibiotic uses. In: BETTS, R. F.; CHAPMAN, S. W.; PENN, R. L. (Ed.). Reese and Betts´ a practical approach to infectious diseases. 5. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2003. p. 969-1153.


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