quarta-feira, 5 de março de 2014

NUTRIÇÃO PARENTERAL - ASPECTOS GERAIS

NUTRIÇÃO PARENTERAL   
ASPECTOS GERAIS

Disciplina Farmácia Hospitalar Caroline Tannus


COMPOSIÇÃO DA NUTRIÇÃO PARENTERAL

As diferentes formulações para N.P. baseiam-se no princípio de fornecerem ao
Paciente as quantidades mínimas, indicadas pela literatura específica, para cada substrato.

As indústrias farmacêuticas oferecem variadas apresentações de soluções contendo aminoácidos, hidratos de carbono, eletrólitos, vitaminas. A eleição dos diferentes produtos que o comércio oferece não é tarefa fácil, uma vez que para as formulações mais complexas como as soluções de aminoácidos (AA), hidratos de carbono e vitaminas.

Outro aspecto que deve ser ressaltado é que nem sempre uma preparação para NP é logo de imediato administrada ao paciente, mesmo quando programada adequadamente; podem existir diversos fatores que podem impedir a sua administração logo imediata, podendo ocorrer perda do produto.

Dessa forma, por ser o custo destas misturas extremamente elevado, o maior conhecimento sobre a sua estabilidade poderá representar um acréscimo importante nos dispêndios com medicamentos nos serviços de farmácia hospitalares.

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PREPARO

A redução dos riscos de contaminação por partículas por microrganismos e a prevenção de possíveis incompatibilidades entres os aditivos são condições que se obtém, caso a manipulação dos nutrientes seja realizada em local adequado e por pessoal treinado.

A instalação de água com lavatório amplo, bancadas, dispositivo para a lavagem das mãos e demais elementos são necessários para o bom desempenho do trabalho.

O piso e parede devem ser de material lavável e com o mínimo de reentrâncias possíveis.

Na unidade centralizada de preparo a utilização de uma bancada de fluxo
laminar permite uma rotina de trabalho completamente separada das demais áreas.

É importante acentuar que apenas duas pessoas devem permanecer na unidade de preparo.

A limpeza do chão da sala de preparo se fará duas vezes por dia coincidindo com o início e o término de cada jornada de trabalho.

As formulações destinadas á limpeza das superfícies fixas (pisos, paredes, entre outros) devem ter propriedades desinfetantes (M.S. Portaria 196, 1983; M.S. Portaria 930, 1992).

São indicados pela Portaria Ministerial Soluções de dois ou mais fenóis sintéticos (ortofenifenol paraterciário, butilfenol ou ortobenzil paraclofenol) em concentrações que variam segundo o fabricante.

Durante a limpeza da sala não deve ser criada corrente de ar e nem dispensar partículas de pó pelo ambiente.

As janelas e portas permanecerão constantemente fechadas e serão utilizados panos úmidos destinados exclusivamente para área.

O preparo intra-hospitalar da NP que exige condições rigorosas de controle para garantir sua esterilidade é de total responsabilidade do farmacêutico, cuja formação técnica assegura a compatibilidade química dos seus componentes, controle físico, físico químico e microbiótico dos aditivos e estabilidade da mistura.

Cabe o farmacêutico informar, através de palestras ou cursos realizados no hospital, os resultados obtidos com controle microbiótico, técnicas mais adequadas de preparo e principais problemas de incompatibilidade e estabilidade nas misturas.

CONDIÇÕES DE TRABALHO E USO DA BANCADA DE FLUXO LAMINAR

O National Coordinating Commitee on Large Volume Parenteral recomenda as seguintes instruções no trabalho em áreas com fluxo laminar

v •Remover joias, anéis, braceletes e relógios de pulso;
v Lavar as mãos escovar as unhas com escova embebidas em solução de polivinilpirrolidona iodo (PVPI) com 1% de iodo ativo;
v Limpar a mesa de trabalho, paredes laterais de vidro, acabamentos plásticos laminados ou partes de aço com soluções alcoólicas a 70% contendo clorhexidina;
v Ligar o equipamento e esperar no mínimo 30 minutos de circulação na câmara de ar micro filtrado para dar início a preparação das soluções;
v Limpar e esfregar as quinas da parte superior e as laterais da bancada, frequentemente ou quando ocorrer respingos;
v Evitar gestos bruscos, movimentos excessivos que possam provocar turbulências no ar;
v Usar luvas, capote estéril, gorro e máscara;
v •Trabalhar na capela, no mínimo 15cm fora das bordas;
v •Procurar não bloquear a corrente de ar com suas mãos na direção do material estéril;
v •Não conversar, espirrar ou tossir diretamente no fluxo laminar;
v •Manter os materiais não essenciais, tais como requisição, etiquetas, etc., fora da área de preparo. Considerando que o equipamento de fluxo não remove pós e outros contaminantes da superfície.

CONTROLE DE QUALIDADE

Na prática farmacêutica, o controle de qualidade dos produtos injetáveis assume papel especialmente importante. O controle de qualidade é qualquer processo ou série de processos que garantam a eficácia de um produto para o fim proposto.

A indústria farmacêutica tem que cumprir normas estabelecidas pela Good Manufatrurine Practces (G.M.P.) para a produção de seus medicamentos.

Porém para os produtos de manipulação intra-hospitalar, cuja a fabricação é em pequena escala e neste caso inclui-se a mistura nutritiva de soluções injetáveis (NP), não há especificações de fabricação especialmente aplicáveis em nosso país.

O National Coordinating Commitee on Large Volume Parenteral (N.C.C.L.V.P, 1973;1975, 1980) enfoca que os principais problemas associados com as soluções parenterais podem ser provenientes dos seguintes fatores:

v •Contaminação pirogênica e microbiana;
v •Contaminação química e por partículas
v •Instabilidade e incompatibilidade dos componentes;
v •Dificuldade de acesso as informações

O controle de qualidade das misturas empregadas na NP visa assegurar os
Seguintes aspectos:

a) que as misturas isentas de contaminadores biológicos (microorganismos) e praticamente isentas de partículas matérias estranhas (vidro, borracha, fibras, entre outros);

b) que preencham os requisitos terapêuticos e farmacêuticos adequados para um determinado paciente;

c) que contenham corretamente os componentes nas concentrações prescritas e que sejam conservadas, distribuídas e administradas convenientemente.

Devido à dificuldade de emprego de técnicas analíticas e aparelhagem adequada para a dosagem de alguns componentes das misturas nutritivas parenterais (NP), os critérios do controle de qualidade mais facilmente acessíveis de serem realizados no ambiente intra-hospitalar são físicos e biológicos.

Foi estabelecido um programa de controle de qualidade em misturas IV que pode ser resumido da seguinte forma (HOROWITS, K.N.& LAMMIN. M. 1980):
v Soluções e medicamentos intravenosos livres de contaminantes (pirogênio,bactérias e partículas, etc.);
v Emprego de material estéril;
Técnica rigorosamente asséptica de preparo.

Nos hospitais, a forma mais simples de ser realizada a pesquisa de contaminação microbiana dentro da bancada de fluxo laminar, consiste em dispor várias placas de Petri, contendo meio de Sabourand e de tioglicolato, a diversas alturas da câmara, sem esquecer dos locais de maior índice de contaminação que são os locais da porta de entrada de ar condicionado. Porém, este método é muito questionado quanto à sua validade, sendo mais seguro os processos utilizados pelos fabricantes de fluxo laminares.

A contaminação da solução pode ser identificada de outras causas quando:

v Sinais ou sintomas surgem no início da infusão;
v O paciente melhora quando é suspensa a infusão da NP mesmo não sendo utilizado antibióticos;
v O micro organismo isolado no sangue é o mesmo encontrado na mistura



FONTE ; Disciplina Farmácia Hospitalar, Professora Caroline Tannus, UNIME, Scrib http://www.unime.edu.br/

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