quinta-feira, 15 de maio de 2014

ANTI INFECTANTES - MEDICAMENTOS USADOS EM PNEUMOCISTOSE

ANTI INFECTANTES - MEDICAMENTOS USADOS EM PNEUMOCISTOSE



Silvio Barberato Filho e Simone Sena Farina

O Pneumocystis carinii foi descoberto em 1909, por Carlos Chagas, que por engano o interpretou como protozoário.

Mais tarde, técnicas moleculares mostraram tratar-se de um fungo, recentemente denominado Pneumocystis jirovecii.

Apesar da mudança na nomenclatura, foi mantida a já reconhecida sigla PCP
– pneumonia por Pneumocystis.

Na era pré-Aids, sua ocorrência era rara, aparecendo em prematuros, lactentes enfraquecidos, crianças imunossuprimidas e adultos em terapia imunossupressora para câncer e transplante.

Este fungo e o agente causal de pneumonia pneumocística, a mais comum infecção intercorrente associada ao acometimento por HIV2.

CLINDAMICINA em associação com primaquina, tratamento alternativo ao sulfametoxazol + trimetoprima, e efetivo na doença leve ou moderada.

Entretanto, apresenta toxicidade considerável e não foi avaliado em crianças.

ISETIONATO DE PENTAMIDINA intravenoso é opção na doença grave que não respondeu a sulfametoxazol + trimetoprima ou para pacientes com intolerância.

PREDNISONA E PREDNISOLONA, utilizadas, respectivamente, no tratamento de adultos e crianças infectados pelo HIV com PCP moderada ou grave (pressão parcial de oxigênio menor ou igual a 70 mmHg; ou diferença alveolo-arterial de oxigênio maior ou igual a 35 mmHg; ou hipoxemia na oximetria de pulso) tem beneficio estabelecido.

Seu uso nas primeiras 72 horas melhora o desfecho e reduz a mortalidade nestes pacientes, embora possa levar ao desenvolvimento ou piora de candidíase oral, herpes mucocutâneo ou hiperglicemia.

Se for necessário o uso parenteral, metilprednisolona intravenosa pode ser usada em adultos e crianças (75% da dose de prednisona).

SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIMA é sempre a primeira escolha de tratamento e de profilaxia primaria ou secundaria para adultos e crianças.

A profilaxia primaria esta indicada em pacientes com contagens de células CD4 abaixo de 200/mm3 ou com candidíase orofaríngea.

REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA

1. PASQUALOTTO, A. C. Pneumocistose. In: PASQUALOTTO, A. C.; SCHWARZBOLD, A.V. Doenças infecciosas: consulta rápida. Porto Alegre: Artmed, 2006. p. 497-503.

2. SUH, J. S.; SEPKOWITZ, K.A. Opportunistic infections in HIV disease. In: BETTS, R. F.; CHAPMAN, S. W.; PENN, R. L. (Ed.). Reese and Betts´a pratical approach to infectious Diseases. 5th. ed. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2003. p. 649- 718.

3. BRITISH MEDICAL ASSOCIATION AND ROYAL PHARMACEUTICAL SOCIETY OF GREAT BRITAIN. British national formulary. 57. ed. London: BMJ Publishing Group and APS Publishing, 2009.

4. CENTERS FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION. National Institutes of Health. HIV Medicine Association of the Infectious Diseases Society of America. Pediatric Infectious Diseases Society. American Academy of Pediatrics. Guidelines for prevention and treatment of opportunistic infections among HIV-exposed and HIVinfected children. Rockville: Aids Info, 2008.

5. KLASCO, R. K. (Ed): DRUGDEX® System. Greenwood Village: Thomson Micromedex, 2010.

6. THOMAS JR, C. F.; LIMPER, A. H. Treatment and prevention of Pneumocystis carinii (P. jirovecii) pneumonia in non-HIV-infected patients. 2008.

7. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Recomendações para Terapia Antirretroviral em Adultos Infectados pelo HIV 2008. 7. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2008.


8. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Programa Nacional de DST e Aids. Recomendações para terapia antirretroviral em crianças e adolescentes infectados pelo HIV. Brasília: Ministério da Saúde, 2009. (Versão preliminar)

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