domingo, 6 de abril de 2014

ANTI- INFECTANTES ANTIBIÓTICOS - MACROLÍDEOS

ANTI- INFECTANTES ANTIBIÓTICOS
- MACROLÍDEOS

MARIA INÊS DE TOLEDO E FERNANDO DE SÁ DEL FIOL


ERITROMICINA


A eritromicina, de origem natural, e o protótipo do grupo dos antibióticos macrolídeos.

Diversos congêneres semissintéticos foram produzidos, mas somente a azitromicina e a claritromicina tem uso clinico corrente.

Sua ação pode ser bacteriostática ou bactericida, dependendo de concentrações, tamanho do inoculo e microrganismos infectantes.

Podem ser usados em pacientes alérgicos a betalactâmicos.

A eritromicina tem espectro antimicrobiano relativamente extenso, incluindo
cocos aeróbios gram-positivos (Staphylococcus aureus, Streptococcus spp.), bacilos gram-positivos (Corynebacterium diphteriae), bacilos aerobios gram-negativos (Campylobacter foetus, Legionella pneumophila e Bordetella pertussis), Chlamydia spp., Treponema pallidum, Mycoplasma pneumoniae e o complexo M. avium. Neisseria spp. nao produtora de penicilinase também e sensível.

Proporção progressivamente crescente de cepas de S. pneumoniae tem-se mostrado resistente a eritromicina e a outros macrolídeos, em particular entre cepas com resistência as penicilinas. S. aureus meticilina resistentes (MRSA) são resistentes a eritromicina.

Tem pouca atividade contra H. influenzae. Enterobacteriaceas e Bacteroides fragilis são usualmente resistentes.

Estearato de eritromicina e uma possibilidade no tratamento de infecções em pacientes hipersensíveis a penicilina.

O uso e limitado primariamente pelos efeitos adversos gastrintestinais (dor epigástrica, diarreia, náusea e vomito).

AZITROMICINA


Tem comparativamente a eritromicina, maior atividade contra microrganismos gram-negativos e menor contra gram-positivos.

Apresenta resistência cruzada com eritromicina.

Tem indicação em doenças sexualmente transmissíveis induzidas por Chlamydia trachomatis (uretrite e cervicíte).

Não é recomendada se existe a possibilidade de gonorreia porque a resistência
a macrolídeos emerge rapidamente quando e usada nesses casos.

Mostrou-se tão eficaz quanto doxiciclina e igualmente bem tolerada em infecção sexualmente transmissível causada por Chlamydia trachomatis, com a vantagem de poder ser usada em grávidas.

Idêntico beneficio acontece no tratamento do tracoma ocular, em que dose única substitui o tratamento tópico por seis semanas com tetraciclina ou a administração oral de doxiciclina e ainda permite a administração em grávidas e menores de oito anos acometidas pela doença.

Em 2003, o Comitê de Especialistas da OMS em Seleção e Uso de Medicamentos Essenciais recomendou a restrição de uso de azitromicina para
as indicações acima apontadas.

O tratamento em massa, talvez suplementado por uso subsequente e periódico de pomada ocular de tetraciclina em pessoas com a doença ativa, pode interromper a transmissão ocular de infecção por Chlamydia trachomatis.

A azitromicina é recomendada pela American Heart Association como opção para profilaxia de endocardite bacteriana em adultos com alergia a penicilina submetida a procedimentos orais, respiratórios ou esofágicos.

Para a profilaxia de endocardite bacteriana em crianças, clindamicina em suspensão oral tem sido substituída por azitromicina.

CLARITROMICINA


A claritromicina apresenta menores concentrações inibitórias mínimas contra bactérias gram-positivas sensíveis, como estreptococos, mas estreptococos e estafilococos resistentes a eritromicina também o são a claritromicina.

Deve ter uso preferente em micobacterióses atípicas e erradicação de Helicobacter pylori para evitar resistência microbiana a esses microrganismos.

A incidência geral de efeitos adversos com claritromicina varia de 4% a 30%, sendo as queixas gastrintestinais, incluindo diarreia, vomito dor abdominal e alterações do paladar, as mais frequentes.

REFERÊNCIA

Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Ministério da Saúde,  Formulário Terapêutico Nacional (FTN)

BIBLIOGRAFIA

1. FUCHS, F. D. Macrolideos. In: FUCHS, F. D.; WANNMACHER, L.; FERREIRA, M.B. C. (Ed.). Farmacologia clínica: fundamentos da terapeutica racional. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. p. 369-372.

2. WORLD HEALTH ORGANIZATION. WHO model formulary 2008. Geneva: WHO, 2008

3. BROCKLEHURST, P.; ROONEY, G. Interventions for treating genital Chlamydia trachomatis infection in pregnancy (Cochrane Review). In: The Cochrane Library, Issue 1, 2006. Oxford: Update Software.

4. WORLD HEALTH ORGANIZATION. The Selection and Use of Essential Medicines. Geneva, 2003. (WHO Technical Report Series, n. 920).

5. SOLOMON, A. W. et al. Mass treatment with single-dose azithromycin for trachoma. N. Engl. J. Med.,London, v. 351, n. 19, p. 962-970, 2004.

6. ADDY, L. D.; MARTIN, M. V. Azithromycin and dentistry – a useful agent? Br. Dent. J.,London, v. 197, n. 13, p. 141-143, 2006.

7. KLASCO, R. K. (Ed.). DRUGDEX System. [Database on the Internet]. Greenwood Village: Thomson MICROMEDEX. Available from: .


Nenhum comentário:

Postar um comentário