quinta-feira, 15 de maio de 2014

ANTI - INFECTANTES SULFONAMÍDEOS E ANTISSÉPTICOS URINÁRIOS

ANTI - INFECTANTES
SULFONAMÍDEOS E ANTISSÉPTICOS URINÁRIOS



FERNANDO DE SÁ DEL FIOL E MARIA INÊS DE TOLEDO

A quimioterapia moderna teve inicio com a introdução das sulfonamidas em 1935, alterando de modo significante as relações entre doenças infectantes e seres humanos.

Com a disponibilidade desses fármacos, houve a possibilidade da administração sistêmica de substancias com propriedades antimicrobianas, dotadas de toxicidade seletiva.

São fármacos bacteriostáticos que, por sua semelhança de estrutura com o PABA (acido p-aminobenzóico), impedem a síntese de acido fólico bacteriano pela inibição competitiva da di-hidropteroato sintase, enzima responsável pela incorporação de PABA ao acido di-hidropteróico.

As sulfonamidas associadas a trimetoprima apresentam grande atividade sinérgica, isto porque a trimetoprima inibe a folato redutase bacteriana, passo seguinte da inibição promovida pelas sulfonamidas.

Importante notar que a célula humana também possui essa mesma enzima, que é muito menos afetada em virtude de afinidade da trimetoprima 100.000 vezes maior para a enzima bacteriana.

NITROFURANTOINA

Nitrofurantoina: Trata-se de nitrofurano sintético utilizado na prevenção e tratamento de infecções do trato urinário.

Seu mecanismo de ação ainda não é completamente conhecido, sugerindo-se uma ação muito semelhante as quinolonas no DNA bacteriano.

SULFADIAZINA

Sulfadiazina: absorvida por via oral, com tempo de meia-vida em torno de 10 horas.

Pode ser utilizada no tratamento de infecções urinarias não complicadas e toxoplasmose (em associação com pirimetamina).

SULFAMETOXAZOL + TRIMETOPRIMA

Sulfametoxazol + trimetoprima: O mesmo perfil farmacocinético dos dois fármacos permitiu sua combinação em doses fixas, apresentando-se, ate hoje, como a mais reconhecida associação entre agentes antimicrobianos.

Seu espectro de atividade antimicrobiana abrange grande numero de bactérias gram-positivas e gram-negativas: N. gonorrhoeae, N. meningitidis, S. pneumoniae, S. aureus, S. epidermidis, H. influenzae, S. typhi, C. trachomatis, C. diphteriae, H. ducrey, N. asteroides, P. carinii, P. pseudomallei, Escherichia coli, P. mirabilis, E. aerogenes, K. pneumoniae. No entanto, sulfametoxazol + trimetoprima não é ativo contra P. aeruginosa, Bacteroides fragilis (e outros anaeróbios), Treponema pallidum e enterococos.

Indica-se esta combinação em quase todas as formas de infecções urinarias.

Não é recomendada no primeiro e terceiro trimestre da gravidez.

Pode ser opção no tratamento de infecções por S. typhi, eliminando o estado de portador.

Tem uso indicado em shigeloses, especialmente nas induzidas por cepas resistentes a ampicilina, diarreia infantil causada por Escherichia coli, profilaxia da diarreia dos viajantes e cólera.

Sulfametoxazol + trimetoprima tem ainda indicação no tratamento da bronquite aguda, otite media, pneumonite e no tratamento de pneumonia pneumocística em pacientes imunodeprimidos (causada por Pneumocystis jiroveci, anteriormente denominado P. carinii).

BIBLIOGRAFIA

1. MANDELL, G.L.; BENNETT, J.E.; DOLIN, R. Mandell, Douglas, and Bennett’s principles and practice of infectious diseases. 6.ed. Philadelphia: Churchill Livingstone, 2005. 2 v.

2. HITCHINGS, G. T. The biochemical basis for the antimicrobial activity of septrin. In: BERNSTEIN, L. S.; SALTER, A. J. (Eds.). Trimethropin / Sulphametoxazole in bacterial infections. Edinburgh: Churchil Livingstone, 1973. p. 7-16.

3. SENGUPTA, S. et al. DNA damage and prophage induction and toxicity of
nitrofurantoin in Escherichia coli and Vibrio cholerae cells. Mutat Res., Amsterdam, v. 244, n. 1, p. 55-60, 1990.

4. KLASCO RK. (Ed.). DRUGDEX® System. Greenwood Village: Thomson Micromedex, 2009.

5. REESE, R. E.; BETTS, R. F.; GUMUSTOP, B. Handbook of antibiotics. 3. ed.
Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins, 2000. p. 446-462.


Nenhum comentário:

Postar um comentário