sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

UNIDADE DE FARMACOTÉCNICA HOSPITALAR

UNIDADE DE FARMACOTÉCNICA HOSPITALAR


Título: Gestão Estratégica da Unidade de Farmacotécnica Hospitalar na busca da excelência e resultados.
Instituição envolvida:
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) –Instituto Central, Divisão de Farmácia
Área de Aplicação:Farmácia Hospitalar. Este projeto foi implantado na Divisão de Farmácia do Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Equipe:
          Dr. José Manoel de Camargo Teixeira - HCFMUSP
Dr. Carlos Alberto Suslik - HCFMUSP
Dra. Sonia Lucena Cipriano - HCFMUSP
Dra. Márcia Lúcia de Mário Marin  - HCFMUSP
           Dra Eliza Yaeko Yamamoto – HCFMUSP
Categoria: Excelência em Gestão Pública

Problema enfrentado ou oportunidade percebida e solução adotada

A maioria dos medicamentos prescritos pelos médicos são, na maioria, produzidos pela indústria farmacêutica, que tem proporcionado novas metodologias e um vasto leque de produtos inovadores, que não poderiam ser oferecidos em escala artesanal. Porém, o fato de produzir milhões de unidades de um produto, requer padronização do mesmo quanto à apresentação e dosagem, resultando em uma abordagem terapêutica que não atende a todos pacientes. Não  é, economicamente  viável  para  a indústria farmacêutica produzir um mesmo produto com múltiplas dosagens, solubilidades, veículos e estabilidades diferentes, visando atender às necessidades terapêuticas de todos os pacientes. Tem-se que reconhecer que alguns pacientes e os cuidados necessários à sua saúde não se encaixam nos perfis teóricos de dosagem e formas farmacêuticas (drágea, comprimido, cápsula, supositório, entre outras), bem como, as indústrias farmacêuticas não podem preparar um medicamento personalizado, para um grupo especial de pacientes ou visando atender às necessidades de um único paciente ou instituição.Esta lacuna deixada pela indústria farmacêutica é preenchida pela farmácia hospitalar, que por meio da manipulação de medicamentos consegue atender aos pacientes.

O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) , uma unidade governamental voltada ao ensino, pesquisa e assistência médica, dispõe desde a sua fundação em 1944, de uma Farmácia Hospitalar, onde múltiplas categorias de fármacos são rotineiramente elaboradas. O hospital, devido às suas características de ensino, pesquisa e prestação de serviço assistencial, sempre pautou pela excelência nos três quesitos e, enquanto os laboratórios farmacêuticos não mantivessem na sua linha de produção determinados medicamentos, fez-se necessária a produção destes medicamentos pela Farmácia. Desta forma, foi criado o Serviço de Produção de Medicamentos da Divisão de Farmácia, tendo como objetivo principal produzir os medicamentos para atender as necessidades terapêuticas, diagnósticas e de pesquisas e ensaios clínicos. Nos seus primórdios, o critério para inclusão de medicamentos produzidos pela Farmácia foi o de atender toda a demanda da instituição, desde que houvesse disponibilidade dos insumos farmacêuticos no mercado nacional. Desta forma, houve investimentos em estrutura física, equipamentos e mãos de obra especializada. Na sua trajetória, o Serviço de Produção de Medicamentos desenvolveu produtos especiais tais como: cera para osso para controle de hemorragia óssea de superfícies óssea, após procedimento cirúrgico e solução cardioplégica para proteção cardíaca durante cirurgia que demanda a  suspensão do batimento cardíaco durante intervenção.

Diversos produtos desenvolvidos pela Farmácia do HC, após uso e aprovação pelo corpo clínico, despertaram interesse dos laboratórios farmacêuticos que hoje comercializam e disponibilizam para o mercado nacional.

Desta maneira, foi perfeitamente natural que no ambiente hospitalar de um hospital universitário, um Serviço de Produção de Medicamentos fosse gradualmente estabelecido, visando responder as demandas tanto convencionais como extraordinárias da equipe médica. Em 25 de agosto de 2004 esse serviço passou a ser denominado por Unidade de Farmacotécnica Hospitalar – UFAR, tendo por objetivo produzir  medicamentos para todos os institutos do complexo do Hospital das Clínicas (produtos sem similares no mercado; produtos especiais, desenvolvidos, exclusivamente, para atender ao corpo clínico do HCFMUSP e outras instituições de saúde, e produtos descontinuados no mercado); reembalar especialidades farmacêuticas, em dose unitária, de forma automatizada, para o atendimento aos pacientes hospitalizados; manipular fórmulas magistrais e oficinais para todos os institutos; orientar, avaliar e desenvolver  medicamentos e placebos para projetos de pesquisa (ensaios clínicos, mestrado, doutorado, iniciação científica, entre outros) e realizar ensaios físico-químicos, microbiológicos e biológicos dos medicamentos e matérias-primas, utilizados pelo complexo HC.

A produção de medicamentos nos moldes da farmácia hospitalar do HC-FMUSP sempre foi questionada quanto a sua viabilidade financeira. Embora houvesse desde a sua criação um sistema de custo implantado, para cálculo dos produtos fabricados, o mesmo era empírico e incompleto.
O objetivo do projeto foi implantar um sistema de apuração de custos, utilizando o custeio por absorção, com adaptação do custeio baseado em atividades, para a apuração do custo unitário de produção dos medicamentos fabricados pela farmácia hospitalar do HCFMUSP.

O custeio por absorção consiste na apropriação de todos os custos de produção. Todos os gastos incorridos na produção são distribuídos para todos os produtos elaborados No custeio baseado em atividades, não são os produtos ou serviços que consomem recursos, mas sim as atividades e são elas que geram os produtos ou serviços

Atualmente, a Farmacotécnica Hospitalar da Divisão de Farmácia do ICHC, fabrica medicamentos em escala semi-industrial, distribuídos em sete linhas de produção a saber: estéreis de pequeno volume, estéreis de grande volume, líquidos orais, líquidos não-orais, soluções para hemodiálise, produtos semi-sólidos e produtos sólidos, para atender aos 9 institutos do complexo hospitalar do HC.

No ano de 2007, foram fabricados 168 itens padronizados (124 com formulações desenvolvidas exclusivamente para uso do Hospital das Clínicas e 44 com similares no mercado) e desenvolvidos 65 produtos para ensaios e pesquisas clínicas, totalizando 14.190.681 unidades de medicamentos nas formas farmacêuticas: comprimido, cápsula, drágea, xarope, solução, suspensão, emulsão, solução injetável, creme, entre outras.

Foram fabricadas 1.261.781 unidades em embalagem em dose unitária, para os pacientes internados.  Desta forma, a produção interna pela farmacotécnica hospitalar gerou uma economia anual de R$ 10.803.753,17 para a instituição. Nesse  ano foram manipulados para atender todo complexo HC, 9.016 pedidos de fórmulas personalizadas, que corresponderam a 165.984 unidades de líquidos orais, não-orais, semi-sólidos,sólidos e fracionamentos .

A farmacotécnica hospitalar do HC, produz cerca de 30% dos medicamentos consumidos pelos pacientes internos e externos do Complexo HC. Fabrica medicamentos e produtos correlatos de acordo com as necessidades do hospital, sempre objetivando, desenvolvimento e atualização do elenco fabricado.

Os principais aprendizados com o projeto ocorreram em 2003, quando a fim de elucidar a questão da viabilidade da produção de medicamentos pela Unidade de Farmacotécnica Hospitalar no ambiente hospitalar foi desenvolvido em parceria com a FEA-USP, um sistema de apuração de custos, que permitiu a otimização de recursos na seleção de produtos mais adequados na produção, aumento de eficiência na utilização dos recursos em decorrência da capacidade de gestão dos mesmos e condições de planejar economicamente as atividades da entidade, inclusive aconselhando e/ou estimulando investimentos.
Os fatores críticos que contribuíram para o sucesso da iniciativa foram: desenvolvimento de parceria com a FEA-USP; possibilidade da implantação do sistema de custo; visualização dos produtos que não eram viáveis de serem fabricados; melhor adequação das matérias-primas a serem adquiridas; racionalização dos custos; produção, somente, dos medicamentos economicamente viáveis e incorporação da prestação de novos serviços (unitarização de medicamentos para dispensação aos pacientes internados, desenvolvimento de fórmulas personalizadas, não disponíveis no mercado, para administração por sonda enteral, suspensões de omeprazol, gabapentina, diazepam, bromocriptina, propanolol e medicamentos para dor em pacientes terminais, como o supositório de morfina,  entre outros).
Os desafios enfrentados foram a apropriação da equipe de colaboradores na implantação do sistema de custo de produção e a redefinição do elenco de medicamentos a ser produzido, de acordo com as necessidades dos clientes.
A sustentação da Unidade de Farmacotécnica está sedimentada no monitoramento constante dos custos de produção do elenco de medicamentos padronizados, como também, na inclusão de novos produtos, conforme necessidade do complexo HC, reduzindo gastos com medicamentos para o HCFMUSP.
Eficiência no uso dos recursos públicos e desburocratização

O aspecto inovador do trabalho se deve a implantação de um sistemas de apuração de custos contemplando os gastos diretos, como mão-de-obra direta e insumos  e gastos indiretos de fabricação tais como: aluguel (por ser o HCFMUSP uma instituição pública, para cálculo do custo do aluguel foi aplicado o conceito do custo de oportunidade), energia elétrica e depreciação de equipamentos, serviços de terceiros, manutenção e materiais de consumo, permitindo transparência nos cálculos dos custos de produção.

Quanto a eficiência de recursos humanos houve melhor adequação das linhas de produção, quanto ao controle de produtividade, visto o registro do tempo de atividade por fase do processo com melhor apropriação dos recursos humanos na área de produção.

Em relação aos recursos financeiros foi verificado com a implantação do sistemas de apuração de custos que alguns dos medicamentos fabricados apresentavam custo de produção superior ao preço de mercado, levando a descontinuação dos mesmos. De 2003 até a presente data já foram descontinuados 87 produtos, gerando redução dos gastos na aquisição de matérias-primas e material de embalagem. Quanto ao uso eficiente dos recursos físicos, houve readequação das linhas de produção possibilitando a incorporação de novos serviços, como o fracionamento de especialidades farmacêuticas em dose unitária, para pacientes internados.


Quanto as soluções criativas é possível com as planilhas de custos implementadas a apropriação de custos para inclusão e desenvolvimento de novos produtos.

Em relação aos mecanismos simplificadores, com o sistema de apuração de custos implantado é possível monitorar, rapidamente,os custos dos produtos, por meio de planilhas de custo, possibilitando tomadas de decisão rápidas quanto a descontinuação ou incorporação de produtos.
Gestão de Pessoas
A  força de trabalho é composta por 65 colaboradores, entre farmacêuticos, encarregados de setores, auxiliares técnico de saúde, técnicos de laboratório  e de nível operacional.  A Divisão de Farmácia implantou em 2000 o Comitê Gestor, constituído pelos farmacêuticos gerentes das áreas de trabalho. Posteriormente, foram implantados o comitê de apoio constituído pelos farmacêuticos operacionais e o comitê funcional por colaboradores da equipe técnica e suporte representante das áreas. No decorrer dos últimos 5 anos, foi observado pelos resultados obtidos da pesquisa de clima  organizacional, que esta estrutura promoveu agilidade de respostas, melhor comunicação entre as áreas, criatividade, iniciativa e cooperação, com o desenvolvimento do trabalho em equipe.
Para a melhoria da qualidade de gerenciamento de pessoas, no ano de 2001 foi estruturada na Divisão de Farmácia a área de Educação Continuada, com a finalidade de centralizar as atividades de capacitação e desenvolvimento dos seus colaboradores, que até então, eram realizadas de forma espontânea pelos gerentes de área. Na ocasião foi realizado um levantamentos das necessidades de capacitação e desenvolvimento do quadro de colaboradores, resultando na implementação de Programas para Desenvolvimento Profissional e Qualidade de Vida. A partir de 2002 foram implantados alguns programas desenvolvidos sistematicamente, tais como: Programa Construindo o Trabalho em Equipe, Programa de Oficinas Farmacêuticas, Programas de Capacitação Técnica, Programa Ginástica Laboral, Programa de Oficinas Farmacêuticas e Programa Meu Amigo Computador, objetivando qualificação e valorização dos colaboradores para melhor prestação de serviços.
Em 2005, iniciou-se o processo de avaliação de desempenho e por competências, do comitê gestor e do comitê de apoio, utilizando instrumento próprio, acrescentado dos tópicos “pontos fortes” e “oportunidades de melhorias”, seguindo a prática, conforme etapas: auto-avaliação do membro da equipe; avaliação individual pelos avaliadores do avaliado; consenso dos avaliadores; comparação da auto-avaliação e do consenso dos avaliadores; devolução do consenso ao avaliado; discussão do resultado com o avaliado e arquivo das fichas de avaliação por avaliado, para acompanhamento de sua evolução, como também, o direcionamento dos programas de capacitação e desenvolvimento de acordo com as necessidades levantadas.
A Divisão de Farmácia valoriza o estabelecimento de parcerias para capacitação e desenvolvimento da força de trabalho e desta forma mantém com o Centro de Formação e Capacitação em Ciências da Saúde - Cefacs um sistema de parceria em que é realizado um Curso Técnico em Farmácia, direcionado ao público interno e externo.
Em relação a qualidade de vida dos colaboradores são tabuladas e analisadas as licenças médicas, notificações de DORT e restrição para realização de atividades para desencadear ações, tais como: realocação do colaborador em outra área ou atividade, readequação ergonômica de mobiliários e incentivo para a participação no programa ginástica laboral. Este programa foi implementado em parceria com o Centro Universitário São Camilo. A equipe de colaboradores realiza a ginástica laboral no próprio local de trabalho, três vezes por semana, com duração de 15 minutos. As atividades desenvolvidas são adaptadas às necessidades de cada área de trabalho, acompanhadas por fisioterapeutas, que também realizam avaliação ergonômica das atividades das áreas.
A Divisão de Farmácia propicia a integração da equipe funcional, melhorando as relações para um ambiente de trabalho saudável, fazendo um evento mensal de comemoração aos aniversariantes e festas junina e natalina.
Em 2007 foram realizadas 115horas /homem treinamento.
Efetividade de resultados
A Divisão de Farmácia monitora suas atividades por meio de indicadores de desempenho, com análise crítica dos resultados e quando possível compara com outras instituições. Destacamos neste projeto os resultados:

Indicador: número de unidades manipuladas
QUADRO 1
  


Indicador: número de unidades produzidas     
QUADRO 2


Indicador: economia gerada com a fabricação      de produtos pelo HC
QUADRO 3


Indicador:Índice de Treinamento Técnico-
QUADRO 4
  

Fórmula de cálculo:
= Σ nº horas de eventos x nº participantes
            nºtotal de funcionários ativos

Promoção da transparência e do controle social
Os custos de produção dos produtos fabricados pelo HC constam de um sistema gerencial denominada Sistema de Administração de Materiais – SAM, que realiza o gerenciamento logístico (preços, entradas, movimentações e saídas de estoques) tanto dos produtos como dos insumos utilizados na fabricação dos mesmos, permitindo acesso a todos os usuários do complexo HC.
São elaborados relatórios mensais dos produtos fabricados, informando as unidades produzidas em escala e manipuladas para atendimento de fórmulas personalizadas; os custos de produção dos produtos que possuem similares no mercado e a economia proporcionada com a fabricação dos mesmos, quando comparados ao fabricante com o menor preço no mercado; os custos de produção dos produtos exclusivos do HC, que por não serem encontrados no mercado, estima-se o seu valor de venda e pela diferença entre o valor de venda e custo de produção, calcula-se a economia proporcionada; custos de produção dos produtos especiais desenvolvidos para ensaios e pesquisas clínicas e a economia total proporcionada com a fabricação dos produtos HC.
Desenvolvimento de parcerias com outras entidades do setor público, social ou privado
Parcerias com o Centro Universitário São Camilo, FEA/USP e Centro de Formação e Capacitação em Ciências da Saúde - Cefacs.
Processo de informações
A Divisão de Farmácia para identificar e organizar as informações sistematizadas, necessárias para a gestão das atividades diárias e tomada de decisão dispõe de um Sistema de Administração de Materiais - SAM que realiza o gerenciamento logístico (entradas, movimentações e saídas de estoques) dos medicamentos e insumos na farmácia, bem como permite a elaboração da programação de compra trimestral de acordo com verba orçamentária. Os relatórios semanais de monitoria de estoque, obtidos no SAM, permitem o acompanhamento dos níveis de estoque, embasando as ações para reposição e regularização dos itens com estoques insuficientes.
Para o desenvolvimento de suas atividades diárias a Farmácia possui pontos de rede em suas áreas de trabalho. A equipe de colaboradores da Divisão de Farmácia tem acesso aos sistemas de informações por meio de senhas, como no caso do SAM. São elaborados relatórios mensais das atividades, indicadores e melhorias são implementadas. Estas informações são avaliadas e utilizadas para elaboração do relatório de gestão anual da Divisão, bem como para elaboração do painel de indicadores que é afixado em mural, para conhecimento da força de trabalho.
As informações geradas na Divisão de Farmácia são disseminadas em reuniões semanais do Comitê Gestor e específicas das áreas, mensais do Comitê Funcional e de Apoio com registro em ata. Semanalmente, é encaminhado, por meio eletrônico, o resumo da reunião do Comitê Gestor, para o Comitê de Apoio que multiplica nas reuniões setoriais para equipe funcional.
A integridade das informações é obtida por meio de uma política adotada pela área de tecnologia da informação, de integrar todos os sistemas existentes de forma corporativa. A confiabilidade dos sistemas de informação do Instituto Central é garantida por políticas de segurança por meio de senhas e níveis de autorização para as operações nos sistemas institucionais, criação de perfis de usuários, rastreamento de acessos e operações e pelo uso de tecnologias de proteção de acesso indevido aos sistemas (sistemas computadorizados de bloqueio de acesso – firewalls).
Em 2003 foi criado na Divisão de Farmácia o Comitê de Arquivo Morto, com a responsabilidade de estabelecer o procedimento de arquivo e guarda de documentos, considerando os preceitos legais para determinar seu tempo de disponibilidade e retenção. Anualmente, ocorre renovação na composição da equipe.
Quanto ao arquivo das informações geradas, a Farmácia realiza backup sistematicamente.
Salientamos que as farmácias hospitalares no Brasil estão em fase inicial de apropriação do conhecimento e prática da utilização de um sistema de medição, dificultando a obtenção de referenciais comparativos e escolha de uma única instituição que possa ser utilizada como referencial para todos os indicadores utilizados.  A fim de obter de maneira sistemática e pontual os indicadores comparativos da Farmácia Hospitalar, o Comitê Gestor está participando, desde setembro de 2006, das reuniões no NAGEH – Núcleo de Apoio a Gestão Hospitalar do CQH, que visa estabelecer o painel de indicadores da Farmácia Hospitalar, padronizar a coleta de dados, consolidar e disponibilizar periodicamente esses resultados.
Aprendizado organizacional
A partir de 2001 foi implementado como Modelo de Gestão, os critérios de excelência do PNQ, que agregaram valor nos aspectos do enfoque sistêmico da Divisão de Farmácia, para a busca da excelência nos seus processos de trabalho e sua eficiência no contexto do Sistema HCFMUSP. Os padrões de trabalho estabelecidos para as principais práticas de gestão são disseminados por meio de Relatório de Gestão da Divisão de Farmácia, Manual das Boas Práticas de Farmacotécnica Hospitalar, Manual de Procedimentos Operacionais, Guia de Boas Práticas de Fornecedores, Manual de Integração dos Funcionários, os quais se encontram disponibilizados para as partes interessadas pertinentes.
Desde 2006, os padrões das principais práticas de gestão são controlados e verificados por meio de auditoria externa, realizada anualmente pelo Núcleo de Planejamento e Gestão do Sistema HCFMUSP segundo os critérios do PNGS.
O estabelecimento de padrões de trabalho relacionados às práticas de gestão de liderança e estratégias e planos são definidos pelo Comitê Gestor da Divisão de Farmácia, por meio da realização de planejamento estratégico com o desdobramento das diretrizes institucionais em planos de ação com metas, indicadores, áreas e responsáveis. Os responsáveis pelo plano de ação utilizam a ferramenta 5W2H para o desdobramento em suas etapas.
As melhorias das práticas e padrões relativos à cultura da excelência podem ser observadas pela disseminação da utilização das ferramentas de gestão para qualidade, a continuidade da realização do planejamento estratégico, implementação de indicadores de desempenho, implantação estruturada de novos projetos e obtenção de resultados eficientes dos processos.
Como aprendizado relativo às melhorias podemos destacar a sistematização da aplicação prática das ferramentas de gestão para qualidade nas atividades da Farmácia. Desta forma o projeto de apuração de custos para os produtos fabricados pela Unidade de Farmacotécnica Hospitalar da Divisão de Farmácia foi implantado seguindo esses parâmetros.
Responsabilidade social
A diretoria da Farmácia estimula o comportamento nas relações da força de trabalho com as demais partes interessadas e o respeito aos clientes. Participa de atividades de apoio à comunidade desenvolvidas pelo ICHC, a exemplo da Campanha da Catarata, Olho no Olho, Liga de Hanseníase, Projeto Bandeira científica, com fornecimento de medicamentos.

A equipe farmacêutica participa das comunidades científicas e sociedade de classe, colaborando com desenvolvimento de boas práticas na farmácia hospitalar, e ministrando palestras e cursos. Os funcionários utilizam caixas de sugestão da Coordenadoria da Hospitalidade do ICHC, o Programa Fale Com a Diretora e o comitê funcional, para manifestar críticas e sugestões. Todas as ocorrências são respondidas, tabuladas e transformadas em planos de ação.

Na área social, foi desenvolvida pela Farmacotécnica Hospitalar da Divisão de Farmácia do ICHC, em março 2005, em parceria com a clínica dermatológica do HCFMUSP, a solução de histamina 1/1.000, em capilar, de grande utilidade para as Secretarias de Estado da Saúde, no diagnóstico precoce da moléstia de Hansen. Este produto, por apresentar-se em dose unitarizada, dispensa o uso de seringa e agulha, pois, por meio de uma das pontas do capilar, é realizada a escarificação direta da pele, sem provocar sangramento, diminuindo o risco de contaminação microbiana e possibilitando de forma segura, rápida e com qualidade, a prova da histamina.

A Unidade de Farmacotécnica da Divisão de Farmácia está integrada ao plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde do ICHC, seguindo as classificações dos resíduos gerados segundo o CONAMA – Conselho Nacional de Meio Ambiente e determinações legais, utilizando procedimentos específicos.

Os resíduos produzidos são classificados como: resíduo comum (coletados e embalados em sacos pretos), resíduo químico (acondicionados em caixas ou frascos adequados e embalados em sacos laranja com símbolo de perigo e identificados para tratamento adequado) e resíduo pérfuro-cortante (acondicionados em caixas apropriadas de cor amarela). As embalagens vazias de solventes, e de tintas para impressora jato de tinta, utilizadas para produção de medicamentos são retiradas pelos fabricantes.

Os resíduos gerados são coletados pela empresa prestadora de serviços de higiene e limpeza e armazenados no expurgo interno. Diariamente, os resíduos segregados no expurgo interno são removidos, em recipientes com tampa e identificados, para expurgo externo. É realizada a coleta seletiva, classificação de resíduos químicos para descarte e retirada de embalagens de solventes que são ações que preservam o ecossistema.

A UFAR não tem ocorrência de impacto sócio-ambientais causados pelos seus produtos ou resíduos.

A importância da coleta seletiva de lixo é disseminada entre todos os funcionários por meio de palestras, com registro dos participantes, e distribuição de cartilhas elaboradas pelo Time de Resíduos do ICHC, que conta com representante da Divisão de Farmácia.

O controle de água e energia elétrica é feito, institucionalmente, com orientação e sensibilização da equipe funcional para evitar desperdícios.

Todas as áreas da Divisão que passaram por reforma estão sendo adequadas para economia e racionalização do uso de água e energia elétrica: banheiros com torneiras de fechamento automático e instalação de interruptores de luz.

Como melhorias das práticas e padrões de trabalho relativos à responsabilidade social, podemos citar a elaboração de procedimentos específicos para o descarte dos resíduos químicos (resíduos de medicamentos, insumos farmacêuticos e reagentes).

Em 2005, iniciou-se o programa de desenvolvimento de cidadania, no qual a força de trabalho é envolvida em atividades didáticas sobre atitudes e cidadania como o primeiro evento para os colaboradores da Divisão, para discussão de conceitos de utilização das áreas comuns aos cidadãos, contaminação ambiental e convivência social.


Como também são afixados cartazes orientativos para força de trabalho em ambientes de uso comum, como exemplo banheiros, bebedouros, salas de aulas e refeitório.

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