A FARMÁCIA HOSPITALAR:
UMA VISÃO GERAL E ESTRATÉGICA CAPÍTULO IV
PROF. PAULO ROBERTO
COELHO WILKEN
CAPÍTULO IV
11 - DISTRIBUIÇÃO E
DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS
11-1 - CONCEITUAÇÃO
A dispensação de medicamentos é o ato
farmacêutico associado a entrega e distribuição dos medicamentos, mediante
análise prévia das prescrições médicas, de modo a oferecer informações de sua
boa utilização, bem como da preparação das doses que se devem administrar aos
pacientes tomando-se todos os cuidados
necessários
para evitar erros de medicação.
11.2 - ERROS DE
MEDICAÇÃO (SEGUNDO
SAFREN & CHAPANIS, 1960)
A.
PACIENTE ERRADO
B.
DOSE MAL CALCULADA
C.
DOSE NÃO PRESCRITA
D.
DOSE OMITIDA
E.
MEDICAMENTO ERRADO
F.
HORA DE ADMINISTRAÇÃO INADEQUADA
G.
VIA DE ADMINISTRAÇÃO INCORRETA
11.3 RECOMENDAÇÕES
Da
análise destes sete tipos de erros recomenda-se a atuação nos seguintes campos:
1)
Necessidade de estabelecer comunicações escritas em lugar da verbal;
2)
Estabelecimento de normas sobre preparação e administração de medicamentos;
3)
Criação de um adequado ambiente de trabalho dirigido a consecução dos fins e
objetivos propostos.
11.4 MÉTODOS DE
DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS
A -SISTEMA DE
DISTRIBUIÇÃO COLETIVA OU SETORIAL
Consiste
em que as enfermarias ou clínicas disponham de depósitos de medicamentos, sendo
os mesmos controlados pelo pessoal de enfermagem, e do qual são retirados os
medicamentos que se fazem necessários para administração nos pacientes.
COMO FUNCIONA
v .Médico: prescreve;
v .Enfermagem: faz a previsão de
necessidades, geralmente com periodicidade semanal;
v .Farmácia: separa a medicação por
clínica e envia.
VANTAGENS
v .Barato
DESVANTAGENS
v Acúmulo de medicamentos nas unidades
de enfermaria com risco de perda
de
suas validades e má conservação dos mesmos;
v Risco de perdas e desvios de
medicamentos;
v Risco de falta de racionalidade na
distribuição de medicamentos nos
diversos
sub estoques que se formam no Hospital;
v A reposição dos medicamentos se faz
segundo critérios de variáveis e
instáveis;
v Possibilidade de erros de transcrição
por parte do profissional responsável
pela
requisição;
v Impossibilidade de se conhecer a
relação de medicamentos que recebem os
pacientes;
v O farmacêutico não interpreta a
prescrição médica;
v Difícil integração do farmacêutico com
a equipe;
v Não existe nenhum controle da correta
administração do medicamento;
v Sistema caro, em última análise,
dificulta a correta apuração dos custos e do que está sendo administrado a cada
paciente.
B - MÉTODO DE
DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOS POR DOSES INDIVIDUALIZADAS
Consiste
no atendimento individualizado das prescrições, no qual a medicação é fornecida
por um período, em geral, de 24 horas.
COMO FUNCIONA
v . Médico: prescreve;
v . Enfermagem: encaminha as prescrições
`a farmácia;
v . Farmácia: separa a medicação por
paciente, para cada período, em geral de 24 horas e envia.
VANTAGENS
v . Diminui os erros de medicação;
v . Diminui os estoques setoriais,
melhorando a conservação de medicamentos;
v . Diminui as perdas e desvios;
v . Melhora a integração da farmácia com
a equipe de saúde.
DESVANTAGENS
v Ainda há possibilidade de erros de
administração em relação ao horário e à dose;
v Ainda há possibilidade de desvios de
medicação pois, dependendo do sistema de estocagem na área de internação,
depois de violado pela primeira vez o pacote com a medicação perde a
identificação do paciente.
C – SISTEMA DE
DISTRIBUIÇÃO POR DOSE UNITÁRIA
Sistema
que atualmente é considerado o melhor, consiste em dispensar, a partir da
interpretação da ordem médica por parte do farmacêutico, as doses de
medicamentos necessárias para cada paciente, previamente preparadas para que
cubram um período determinado.
VANTAGENS
v .A farmácia interpreta a cópia da
ordem médica;
v . Prepara-se as doses exatas de cada
medicamento para cada enfermo;
v . Diminuem o número de erros de
medicação;
v . A enfermagem se sente apoiada pelo
Serviço de Farmácia e pode dedicar mais tempo aos enfermos;
v . O farmacêutico se integra na equipe
assistencial conseguindo desta forma a possibilidade de incidir na racionalização do uso dos medicamentos;
v . Maior conhecimento do custo da
medicação por enfermo;
v . Aumenta a segurança e qualidade do
paciente.
DESVANTAGENS
v Maior custo do Serviço de Farmácia;
v Aumento dos recursos humanos da
Farmácia;
v Necessidade de frascos apropriados
para o envase e distribuição.
ESTRATÉGIA DE
IMPLANTAÇÃO
v .Estudos prévios (gasto atual,
condições de estocagem nas enfermarias, estornos, fluxos e formulários, espaço
físico da farmácia)
v . Fase de convencimento;
v . Organização do serviço de farmácia
(compra de material, mobiliário, treinamento de pessoal);
v . Seleção de unidade piloto;
v . Avaliação da fase piloto
v . Elaboração de normas de
funcionamento (Cronograma de atendimento, reenvase).
FRACIONAMENTO
v Cada embalagem deve conter uma
quantidade de medicamento para ser tomada em uma só vez;
v . Proporcionar uma adequada proteção
do conteúdo junto aos agentes ambientais;
v . Permitir uma fácil e completa
identificação;
v . Permitir ser administrado diretamente
do envase sem necessidade de nenhuma manipulação
FUNCIONAMENTO DO SISTEMA
MÉDICO
v Faz a evolução do paciente e prescreve
ENFERMEIRO
v Prepara plano de cuidados, prescrição
de enfermagem e atribui horário aos procedimentos.
TÉCNICO DE FARMÁCIA
v Recolhe as prescrições
v Entrega a medicação e recolhe as
sobras do dia anterior
v Verifica os estoques das medicações de
urgência e faz a reposição setorial
v Separa a medicação de cada paciente e
prepara as fitas individuais identificadas
FARMACÊUTICO
v Realiza o cálculo da quantidade de
cada medicamento
v Revê as prescrições e as medicações
identificando os eventuais problemas (interação, incompatibilidade, dose, etc.)
v Realiza a conferência da medicação
v Verifica outras questões relacionadas
a administração da medicação (erros de identificação do paciente, horário,
quantidade, etc.)
D - MOBILIÁRIO PARA ÁREA
DE PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS PELO SISTEMA DE DISTRIBUIÇÃO POR DOSE UNITÁRIA
TIPOS DE ESTAÇÕES DE
TRABALHO ABERTAS
v Estação de trabalho aberta, composta
de bancada modular, adaptável a qualquer espaço disponível.
v Possuí gavetas para armazenamento de
medicamentos, armário para psicofármacos, iluminação e calhas com tomadas.
CARRO PARA DISTRIBUIÇÃO
DE MEDICAMENTOS POR DOSES UNITÁRIAS,
Ideal
para acomodação de diversos tipos de medicamentos de fácil locomoção
ajustando-se perfeitamente a farmácia hospitalar ou ao posto de enfermagem.
TIPOS DE ESTAÇÕES DE
TRABALHO FECHADAS
v Composta de armário fechado para
dispensários em farmácias hospitalares e postos de saúde.
v Possuí gavetas para armazenamento de
medicamentos, bandejas e armário para psicofármacos, iluminação e calhas com
tomadas.
TIPOS DE CARROS PARA A
LOCOMOÇÃO DE MEDICAMENTOS:
1.Carro
fechado
2.Carro
aberto
3.Carro
de medicação
4.Carro
eletrônico
CARRO DE MEDICAÇÃO
ELETRÔNICO:
Garante excelente controle nos erros de
medicamentos e a eliminação de selagem
na
farmácia, sua configuração básica permite armazenar 20 tipos de medicamentos,
cadastro de 99 doses unitárias, possuindo acionamento eletrônico, podendo ser
utilizado por 13 usuários (1 por vez) com senhas, e 2 usuário “ Master” (acesso
total) em operação off –line . Possuí leitor óptico e permite a alteração de
medicamentos via teclado ou via PC. Software de configuração (mínimo
processador 386 ). Código de barra padrão UPC-A ou EAN128. Possibilidade de
operação com prescrição eletrônica
DISPENSÁRIO DE MEDICAÇÃO
ELETRÔNICO:
Garante
excelente controle nos erros de medicamentos e a eliminação de selagem
na
farmácia, sua configuração básica permite armazenar 200 tipos de medicamentos,
cadastro de 999 doses unitárias, possuindo acionamento eletrônico, podendo ser
utilizado por 13 usuários (1 por vez) com senhas, e 2 usuário “ Master” (acesso
total) em operação off –line . Possuí leitor óptico e permite a alteração de
medicamentos via teclado ou via PC. Software de configuração (mínimo
processador 386 ). Código de barra padrão UPC-A ou EAN128. Possibilidade de
operação com prescrição eletrônica.
OUTROS TIPOS DE CARRINHO
DE MEDICAÇÃO
EMPACOTADORA DE LÍQUIDOS
EMPACOTADORA DE
COMPRIMIDOS
DISPENSAÇÃO DE
MEDICAMENTOS
PROBLEMAS MAIS COMUNS NO
PROCESSO DE DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS
Influenciado
por fatores dentro e fora dos programas de saúde pública; os problemas mais
comuns incluem:
v Embalagem e rotulagem inadequadas:
v .As embalagens podem ser inadequadas
para o meio ambiente,
v .As etiquetas podem ser ilegíveis para
o consumidor,
v .A quantidade incompatível com o
tratamento,
v .Práticas inapropriadas na
dispensação:
v Identificação inadequada do produto,
v Falta de orientação ao paciente quanto
ao uso dos medicamentos;
v .Prescrição indiscriminada:
v Sobre ou sub uso de produtos demandam
atividades logísticas desnecessárias;
v .O não cumprimento do tratamento
devido, a instrução, quantidades inadequadas e horários pouco realistas de
dosificação.
FARMÁCIA HOSPITALAR
ATIVIDADES COMPLEMENTARES
v •Estudos de utilização, revisão de uso
de medicamentos;
v •Colaboração em programas de nutrição
e dietética preparação de nutrição parenteral;
v •Participação no desenho de protocolos
de diagnóstico e tratamento;
v •Participação no estudo da
farmacocinética clínica;
v •Participação em programas de garantia
de qualidade;
v •Participação em programas de
farmacovigilância.
v •Participação nos estudos de
farmacoeconomia
LISTA DA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL
1 - Aprova
o Plano da Farmácia Hospitalar, procedendo à revisão do Plano aprovado
pela
Resolução de Conselho de Ministros n.º 105/2000, de 11 de Agosto.
Resolução
de Conselho de Ministros n.º 128/2002, de 25 de Setembro
2 -
Transpõe para a ordem jurídica nacional a Directiva Europeia sobre Ensaios
Clínicos,Directiva n.º 2001/20/CE.
Lei n.º
46/2004, de 19 de Agosto
2 -
Regulamento geral da Farmácia Hospitalar.
Decreto-Lei
n.º 44 204, de 2 de Fevereiro de 1962
4 -
Dispensa de medicamentos pela farmácia hospitalar por razões objectivas.
Decreto-Lei
n.º 206/2000, de 1 de Setembro
5- Regime
jurídico do tráfico e consumo de estupefacientes.
Decreto-Lei
n.º 15/93, de 22 de Janeiro e sua alteração pela Lei n.º 45/96, de
3
Setembro
6 -
Regulamenta o Decreto-lei n.º 15/93.
Decreto
– Regulamentar n.º 61/94, de 12 de Outubro
7 -
Regulamento do Sistema Nacional de Farmacovigilância.
Decreto-Lei
n.º 242/2002, de 5 de Novembro
8 - Regime
jurídico a que devem obedecer a preparação e a dispensa de medicamentos
manipulados.
Decreto-Lei
n.º 95/2004 de 22 de Abril
9 -
Distribuição de Medicamentos Hospitalares.
Portarias
e Despachos de “Acesso aos medicamentos unicamente de distribuição hospitalar
ou com participação a 100 % no hospital”.
10 -
Armazenamento de Produtos Inflamáveis.
Portaria
n.º 53/71 de 3 de Fevereiro
11- Guia
para o bom fabrico de medicamentos.
Portaria
n.º 42/92, de 23 de Janeiro
12 - Aprova
as boas práticas a observar na preparação de medicamentos manipulados em
farmácia de oficina e hospitalar.
Portaria
n.º 594/2004 de 2 de Junho
13 -
Distribuição de medicamentos hospitalares em sistema unidose.
Despacho
Conjunto dos Gabinetes dos Secretários de Estado, Adjunto do
Ministro
da Saúde e da Saúde, de 30 de Dezembro de 1991
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P.R.C.& Bermudez J.A.Z, 1999. A
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