quinta-feira, 15 de maio de 2014

ANTI - INFECTANTES - ANTIPARASITÁRIOS ANTIMALÁRICOS

ANTI - INFECTANTES
ANTIPARASITÁRIOS ANTIMALÁRICOS



Antimaláricos são usados para a profilaxia de malaria e tratamento da doença.
No Brasil, o Programa Nacional de Controle de Malaria tem um protocolo clinico, o Manual Terapêutico da Malaria.

Todos os plasmódios tem complexo ciclo biológico, tanto no hospedeiro humano quanto no vetor (mosquito anofelídeo) e o esquema terapêutico adequado deve conter fármacos que atuem em todas as fases do ciclo.

E preciso considerar o tipo de Plasmodium causador da infeccao, a classificação clinica do paciente (se tem malaria não complicada ou grave) e se pertence a grupos especiais como crianças, idosos ou grávidas que devem ter um tratamento diferenciado.

Resistência as espécies de Plasmodium constitui serio problema para o tratamento. Assim, igualmente importante e o conhecimento das áreas epidemiológicas onde já existe resistência para diferentes medicamentos antimaláricos.

Existem opções terapêuticas para tratamento. E consenso que a malaria e uma doença que deve ser tratada por combinação de fármacos.

A inexistência de um único tratamento igualmente efetivo contra as espécies de plasmódio mais prevalentes no país e a impossibilidade de distinguir clinicamente a infecção por uma ou outra espécie ou por ambas simultaneamente, leva a necessidade de estabelecimento de diagnostico de laboratório especifico para o tratamento adequado dos pacientes, que indique a terapêutica a ser utilizada em cada caso.

Os casos de malaria diagnosticados hoje no Brasil são preponderantes por Plasmodium vivax e Plasmodium falciparum.

Destaca-se a importância do tratamento de grávidas com malaria. Revisão de estudos mostrou que antimaláricos dados a elas reduzem parasitemia antenatal, anemia antenatal, malaria placentária e mortes perinatais.

ARTEMETER

Derivado da artemisinina, tem absorção errática, quando administrado por via oral, que pode ser parcial6. E usado também por via intramuscular e avaliado para tratamento de malaria grave por P. falciparum.

Uma revisão comparou artemeter intramuscular a quinina no tratamento de malaria cerebral em crianças, encontrando desfechos símiles (mortes, complicações neurológicas, tempo de inconsciência, desaparecimento de febre e de parasitas)

Na malaria por P. falciparum complicada ou grave, o esquema preferente de tratamento e artesunato de sodio (também derivado da artemisinina) por via parenteral, combinada a clindamicina.

Revisões demonstraram redução da mortalidade com uso de artesunato comparado com quinina intravenosa na malaria grave por P. falciparum.

A combinação de artesunato a outros antimaláricos, em especial mefloquina, reduziu de modo marcante a falência de tratamento, a recrudescência e a carga de gametófitos.

A associação artesunato-mefloquina foi comparada a mefloquina isolada, mostrando-se mais eficaz do que a monoterapia em áreas de baixa transmissão de malaria. A associação entre artesunato e mefloquina parece ser superior.

Os efeitos adversos não diferiram entre as duas estratégias. Artesunato + mefloquina parece superar artemeter + lumefantrina na cura de malaria não complicada.

Os efeitos adversos provocados por artesunato-mefloquina foram leves, incluindo cefaleia, náuseas, vômitos e tontura.

CLINDAMICINA

Em combinação com quinina e usada para malaria não complicada por P. falciparum em crianças com menos de 6 meses e mulheres grávidas.

Na malaria complicada, os esquemas de primeira escolha incluem artemeter intramuscular ou artesunato intravenoso associados com clindamicina.

A segunda escolha recai sobre quinina intravenosa com clindamicina intravenosa.

Apesar da escassez de estudos, ha provas de que o esquema com quinina + clindamicina possa ser útil entre crianças ate 12 anos e na gravidez.  

CLOROQUINA

É usada no tratamento de malaria por P. vivax em associação com primaquina1. A cloroquina e considerada segura para crianças de todas as idades e para grávidas.  

DOXICICLINA

Faz parte de esquemas de combinações de antimaláricos. E usada em combinação com quinina e primaquina como tratamento de segunda escolha para malaria nao complicada por P. falciparum, sendo considerada eficaz.

MEFLOQUINA
Deve ser usada isoladamente apenas como segunda escolha para quimioprofilaxia em viajantes que visitarão regioes de alto risco de transmissão
de Plasmodium falciparum na Amazônia Legal, que permanecerão na região por tempo maior que o período de incubação da doença (e com duração inferior a seis meses) e em locais cujo acesso ao diagnostico e tratamento de malaria estejam a mais de 24 horas1. O uso pouco racional da mefloquina para, em esquema com primaquina, substituir a doxiciclina e a quinina, trouxe aumento da resistência.  

PRIMAQUINA

Combate os gametófitos de todas as espécies de malaria humana e as formas hepáticas (hipnozoitas) de P. vivax, causando cura radical.

E contraindicada na gravidez e em menores de seis meses de idade. A atividade hipnozoiticida esta ligada a dose total e não a duração do tratamento. Na prevenção de recidivas de malaria por Plasmodium vivax, primaquina + cloroquina foi mais eficaz que cloroquina isolada.  

SULFATO DE QUININA

É recomendado como tratamento de segunda linha para malaria não complicada por Plasmodium falciparum, em combinação com doxiciclina e primaquina.

É tratamento de escolha para grávidas e crianças com menos de 6 meses na malaria não complicada ou grave por P. falciparum em associação com clindamicina.  

REFERÊNCIAS

1. BRASIL. Ministerio da Saude.Secretaria de Vigilancia em Saude. Diretoria
Tecnica de Gestao. Guia prático de tratamento da malária no Brasil. Brasilia:
Ministerio da Saude, 2009. Serie A. Normas e Manuais Tecnicos).

2. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Antimalarial drug policies: data requirements, treatment of uncomplicated malaria and management of malaria in pregnancy. Report of an Informal Consultation, Geneva: WHO, 1994. WHO/MAL/94.1070.

3. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Malaria control today: Current WHO recommendations. Geneva: WHO, 2005. 75p.

4. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Monitoring and Evaluation Toolkit HIV/Aids, Tuberculosis and Malaria. 2. 2006. WHO/GF/UNAIDS/USAID/CDC/
UNICEF/WB.

5. GARNER, P.; GULMEZOGLU, A. M. Drugs for preventing malaria in pregnant women. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 9, 2010. Art. n. CD000169.

6. JONES, K. L.; DONEGAN, S.; LALLOO, D. G. Artesunate versus quinine for treating severe malaria. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 9, 2010. Art. n. CD005967.

7. AFOLABI, B. B.; OKOROMAH, C. N. Intramuscular artemether for treating severe malaria. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 9, 2010. Art. n. CD004391.

8. OMARI, A.; GARNER, P. Intravenous artesunate versus quinine. Clinical Evidence. Malaria: severe, life-threatening: antimalarial treatments, 1 jul. 2007. (based on December 2006 search).

9. OMARI, A.; GARNER, P. Malaria: severe, life-threatening (updated). Clinical
Evidence. Web publication date: 01 Jul 2007. (based on December 2006 search).

10. GARNER, P. et al. Artesunate combinations for treatment of malaria: meta analysis (structured abstract). In: The Cochrane Library. Lancet v. 363, p. 9-17, 2004.

11. BUKIRWA, H.; ORTON, L. Artesunate plus mefloquine versus mefloquine for treating uncomplicated malaria. Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 7, 2010. Art. No. CD004531. DOI: 10.1002/14651858.CD004531.pub4.

12. OMARI, A.A.A.; GAMBLE, C.L.; GARNER, P. Artemether-lumefantrine (six-dose regimen) for treating uncomplicated falciparum malaria Cochrane Database of Systematic Reviews. In: The Cochrane Library, Issue 9, 2010. Art. n. CD005564. DOI: 10.1002/14651858. CD005564. pub 4.

13. TAYLOR-ROBINSON, D. et al. Malaria: uncomplicated, caused by Plasmodium falciparum. In: Clinical Evidence. Web publication date: 01 Jan 2008. (based on December 2007 search).

14. TAYLOR-ROBINSON, D. et al. Artemether-lumefantrine (6 doses) versus artesunate (3 days) plus mefloquine. In: Clinical Evidence. Malaria: uncomplicated, caused by Plasmodium falciparum. Which artemisinin is most effective?, 1 jan. 2008.

15. LELL, B.; KREMSNER, P. G. Minireview: Clindamycin as an antimalarial drug: review of clinical trials. Antimicrob. Agents Chemother., v. 46, n. 8, p. 2315-2320, 2002.

16. PUKRITTAYAKAMEE, S.; CHANTRA, A.; VANIJANONTA, S. et al. Therapeutic responses to quinine and clindamycin in multidrug-resistant falciparum malaria. Antimicrob. Agents Chemother., v. 44, n. 9, p. 2395-2398, 2000. 152

17. McGREADY, R.; CHO, T.; SAMUEL-VILLEGAS, L. et al. Randomized comparison of quinine-clindamycin versus artesunate in the treatment of falciparum malaria in pregnancy. Trans. R. Soc. Trop. Med. Hyg., v. 95, n. 6, p. 651-656, 2001. (Abstract).

18. RASHEED, A.; SAEED, S. In vivo efficacy and safety of quinine-doxycycline
combination in acute plasmodium falciparum malaria. Pak. J. Med. Sci., v. 24, n. 5, p. 684-688, 2008.


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